Slipknot faz show memorável tendo como
banda de abertura os azarados do Mastodon
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Pano de Fundo Mastodon |
Com o advento do Monsters
of Rock do ano passado, não imaginava que veria Slipknot passar pelo Brasil tão
cedo. Mas como o futuro só a Deus pertence, a banda retorna ao Brasil um ano
depois escalado para tocar no Rock in Rio. Aproveitando a deixa, os americanos
do Slipknot não poderiam deixar de visitar os fãs mais ávidos da banda no
Brasil, os paulistas. O mais interessante, no entanto, é a banda trazer os seus
compatriotas do Mastodon para abrir seus shows na América Latina. Já com fama
estabelecida na Europa e nos Estados Unidos, os americanos oriundos de Atlanta,
especificamente da Geórgia, aterrissam em solo
tupiniquim pela primeira vez. Com uma Arena Anhembi lotada, a banda traz a sua
mescla de metal progressivo, hard rock, sludge e até hardcore para um público
curioso, pois o show deles no Rock in Rio foi simplesmente impecável.
Infelizmente havia São Pedro novamente, que insistia em querer fazer parte dos
shows do fim de semana.
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Troy Sanders - baixista do Mastodon |
Brann Dailor, Brent Hinds,
Bill Kelliher e Troy Sanders sobem no palco e iniciam os trabalhos divulgando
seu mais recente álbum, Once More ‘Round the Sun (2014) com Tread Lightly, que
possui uma pegada meio folk no início para explodir num heavy metal empolgante.
Troy Sanders, que liderava os vocais naquele momento, se impressionava com a
recepção do público que surpreendentemente agitava e muito com a música. A
banda não demorou em emendar Once More ‘Round the Sun desta vez com Brent nos
vocais. Não tardou para começar a chover e após Blasteroid, do álbum The Hunter
(2011) um riacho caía do céu molhando á todos, inclusive a banda. O quarteto
ainda tentou aquecer o público com The Motherload, Chimes at Midnight e a
grandiosa High Road, esta última cantada pelo baterista Brann Dailor para
perceberem que a chuva não parava e começava a molhar retornos e equipamentos. Logo a produção interveio e
pediu que a banda terminasse seu show. A sensação de frustração era grande para
o a banda ter que deixar o palco e para o público que foi abandonado após Aqua
Dementia do também elogiado Leviathan (2004).
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#8 (Corey Taylor) - vocalista Slipknot |
Interessante é que o
aguaceiro termina logo na apresentação do Slipknot – para a alegria dos fãs.
Com uma montagem de palco incrível, a banda contava com uma espécie de pista de
desfilar, acompanhada por luzes e no final dela um espelho onde logo acima dele
havia uma cabeça de porco (?) pendurada que acendia os olhos! Com direito a
dupla introdução - Running With the Devil do Van Halen e XIX, todos os
integrantes entram em cena para começarem o show com, apenas Corey Taylor,
entrar cantando depois com a música Sarcastrophe estas últimas do recente
trabalho da banda .5: The Grey Chapter. Com o público agitando muito com as
fortes labaredas de fogo fátuo vindas do palco, a banda emendou com The Heretic
Anthem, uma das músicas mais fortes do pesadíssimo Iowa (2006) – o impacto
visual fica para as cabeças de bode nos tambores que subiam e desciam do lado
direito e esquerdo do palco com os malucos do #3 e o famoso palhaço, o #6. Para
não deixar a bola cair, Corey Taylor logo emenda anunciando Psychosocial, um
dos grandes clássicos da banda do bom All Hope Is Gone (2009) – com muitos
elogios e “Muito Obrigado”, Corey Taylor diz que este era um dos momentos mais
incríveis, estar junto de seus fãs seguindo o show com a mais lenta The Devil
in I – um dos momentos em que Corey Taylor realmente mostra seu potencial de
cantor.
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#4 (James Root) - guitarrista Slipknot |
A terceira marcha é apenas
engatada com a incrível AOV – na minha opinião a melhor música do .5:The Grey
Chapter – mistura a violência musical de Slipknot com o grande talento vocal de
Corey Taylor. Um dos momentos em que banda ensaia uma pegada mais thrash metal
em seu estilo. As rodas agradeciam naquele momento. A calmaria se aproximou com
a Vermilion, do bom Subliminal Verses (2004) com destaque para o ótimo trabalho
de guitarra do #7 ou Mick Thompson se preferirem. Era o momento de um clássico
da banda, Wait and Bleed, onde a pegada mais nu-metal fica mais evidente com a
clara participação do DJ Sid Wilson, ou #0. Enquanto isso Jay Weinberg, o novo
baterista, fazia um ótimo trabalho substituindo Joey Jordison, o eterno #1, que
deixou a banda no ano passado. Alessandro Venturella vem substituindo Paul
Gray, falecido em 2010 nos shows ao vivo e vem fazendo um bom trabalho no
baixo. Os samplers entram em ação com o #5 (Craig Jones) e era a hora de
Killpop uma das músicas menos cadenciadas do álbum novo – interessante que são
exatamente estas que destacam e muito o conjunto, o trabalho da banda como um
todo.Ouve-se exatamente a
participação de cada integrante. O agito começa novamente com a pesadíssima
Before I Forget do bom Subliminal Verses e Sulfur que contou com rodas imensas
do público. O grande hit para rádio, Duality do álbum Subliminal Verses também
não foi esquecido – os mascarados em seus grandes tambores batiam com vontade
enquanto o DJ sapateava pelo palco em seus momentos de “intervalo”.
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#7 (Micke Thompson) - guitarrista Slipknot |
Com
Disasterpiece, a banda volta a criar o caos nas rodas que se criavam entre os
fãs, em um dado momento, na música Spit it Out, Corey Taylor pára o show e pede
para que os fãs fiquem agachados – já é tradicional nos shows do Slipknot – e
faz as pessoas pularem para cima. Acho empolgante este tipo de interação com os
fãs e termina a seleção com Custer – uma das músicas mais insanas de seu set. A
banda ainda volta para o bis com (sic), People=Shit e Surfacing, encerrando a
noite do terror com chave de ouro. Um show empolgante que satisfez os fãs
tocando músicas de sua discografia inteira. [MF]
Crédito Fotos : Edi Fortini (https://www.flickr.com/photos/efortini/)
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