sexta-feira, outubro 16, 2015

A-ha traz a turnê Cast In Steel para São Paulo no Espaço das Américas

Banda veio á São Paulo e faz revival de seus grandes clássicos com pouca atenção ao seu novo lançamento Cast In Steel


A banda norueguesa A-ha volta á cidade da garoa depois de se despedir de seu público em 2010 e trouxe na sua bagagem o novo álbum Cast In Steel – um álbum muito bem recebido pelo público e crítica. O show começou ás 22:15 e a banda foi recebida por um público sedento pelos clássicos. Era exatamente isto que a banda, formada por Magne Furuholmen (teclado), Morten Harket (vocais) e Paul Waaktaar-Savoy (guitarra) tinham em mente. A banda começou seu show com a música Cast in Steel, do álbum novo que leva o mesmo nome e emendou com a bela I’ve Been Losing You do álbum Scoundrel Days (1986). Mais adiante entraria o também hit oitentista Cry Wolf.
 Estava desenhada pelo A-ha uma curva crescente de emoção que logo arrebentaria em Move to Memphis do álbum Memorial Beach (1993) e Mythomania, do álbum Cast In Steel (2015), muito bem recebidas pelo público. Dali em frente, foi apenas questão de os seis músicos envolvidos (guitarra, baixo, bateria e um par de teclados) manterem a empatia conquistada. Morten um tanto tímido, se mostrava um tanto distante do restante dos integrantes, até Magne começar a conversar com o público e interagir com ele. Parece que Morten precisa de um empurrão para se soltar um pouco junto com Paul. Com Stay on these Roads a banda realmente engatou com os clássicos, sendo este do notório Stay on These Roads (1988) que desesperou algumas garotas que atrás de mim estavam. Gritavam desesperadamente atrapalhando e muito o clima da música.
Falando no público, era uma platéia majoritariamente nos trinta e quarenta anos vestindo camisetas aleatórias de Simply Red a Kiss e Iron Maiden, inflitrado por centenas de novinhos, de Budweiser à mão, que só devem conhecer The Living Daylights das vitrolas maternas. A banda continuou seu setlist com Scoundrel Days e Soft Rains of April ambas do álbum Scoundrel Days (1986) – interessante é que a banda não se distanciou muito do setlist de despedida em 2010 quando continuaram o setlist com o megahit Crying in the Rain do álbum East of the Sun, West of the Moon onde alguns mais exaltados gritavam algo sobre lamber as lágrimas de Morten Harket – detalhe, com a namorada do lado. Curioso é que esta música foi também gravada por uma de minhas bandas favoritas, o Everly Brothers – um dos pontos altos do show. A poderosa We’re Looking for the Whales e Swing of Things, ambas do álbum Scoundrel Days (1986) deram seqüência ao momento tecnopop romântico e trouxeram ainda mais exaltação ao público, muito participativo. Uma das surpresas foi a inclusão da música Foot of the Mountain, do álbum homônimo de 2009 que cá entre nós traz uma linha de teclados meio synthpop incríveis e absurdamente contagiosas. Via-se muitas pessoas dançando entre o público.
Mais dançante do que esta, somente You Are the One, do álbum Stay on These Roads (1988) que levou o Espaço das Américas ao delírio com o ótimo acompanhamento do sintetizador, que substituem o som das trumpetes – clássico dos anos 80. Deram seqüência ao show com Sycamore Leaves, do álbum East of the Sun, West of the Moon e deixaram o palco com o sucesso Hunting High and Low, do álbum Hunting High and Low (1985) – um karaokê coletivo ocorreu neste momento e a sensualidade foi aflorada com o ritmo meio bossa nova que a música possui. A banda sai do palco para voltar para o bis com The Sun Always Shines on TV com imagens de São Paulo no telão no fundo do palco. Achei muito legal que a banda se preocupou com este detalhe, pois deixaram claro que sabiam que São Paulo era famosa por ser a cidade da garoa. Seguiram o setlist com a nova Under the Makeup, do Cast in Steel e preciso admitir que prefiro a versão do álbum – a banda inventou uma versão diferente da música e a interpretaram num estilo mais acústico. Na minha opinião seria mais válido se tivessem a divulgado como ela é originalmente. Deixaram o palco pela segunda vez com o clássico já mencionado nesta resenha, The Living Daylights do álbum Stay on These Roads (1988) que contou com Morten Harket descendo do palco para cumprimentar os fãs que estavam na grade, próximas ao palco.
A banda deixa o palco e sobre o gritos do público, o A-ha retorna o palco para tocar justamente a música que faltava, Take On Me, clássico do álbum Hunting High and Low (1985). Neste momento a grande maioria do público escolheu dançar e deixar a boa energia da música entrar em seus corpos. Que momento de sinergia incrível! Após finalizar a música a banda se despede do público e deixa um gosto meio de “quero mais” na boa da maioria dos fãs. Penso que poderiam ter tocado mais de suas músicas mais recentes, como dos álbuns Lifelines, Analogue e Minor Earth, Major Sky – quem sabe da próxima vez quando eles vierem para São Paulo. Um grande show, que demonstrou que a vibração dos anos 80 ainda está mais viva do que nunca!

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