terça-feira, outubro 27, 2015

Muse traz turnê "Drones" para São Paulo

Maglore abriu o show dos inglêses em São Paulo mostrando ao público músicas do recém lançado álbum "III" 


Com muitos shows rolando no final de semana e o advento do ENEM, o Muse teve a árdua tarefa de lotar o novo estádio do Palmeiras, o Allianz Arena. Para dar uma força aos ingleses, a banda que ficou responsável pela abertura do show foi a Maglore, de Salvador, Bahia. Os soteropolitanos Teago Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Damati (baixo) e Felipe Dieder (bateria) estão lançando seu mais novo petardo, o aclamado pela cena indie “III” e aproveitaram o gancho para mostrar aos fãs do Muse um pouco de sua música. Começando os trabalhos um pouco mais tarde que o prometido, a banda adentra ao palco umas 19:45 e iniciam com a interessante O Sol Chegou do álbum novo “III” que com o baixo ritmado de Rodrigo, levou algumas pessoas a prestarem atenção ao que a banda estava tocando. Com Vamos pra Rua, música do segundo álbum que leva o mesmo nome, deixou ainda mais clara a grande influência que as bandas mais novas estão tendo com a grande explosão de bandas indies na Inglaterra. A influência clara de bandas como Artic Monkeys, Kasabian, Franz Ferdinand, Travis, Kaiser Chiefs e outras. O vocal e guitarrista Teago não perde tempo e logo começa com a seguinte música de seu setlist – Espelho do Banheiro, do segundo álbum Vamos Pra Rua. Com Invejosa, música do álbum novo III, percebo que há diversas pessoas prestando muita atenção ao show e até cantarolando junto. A banda ainda tocou Serena Noche – do álbum novo III, Beleza de Você do álbum Vamos Pra Rua e encerraram o show com Dança Diferente e Mantra, sendo ovacionados pelo público que já ansiosamente esperava pela apresentação do Muse. Penso que o trio fez uma ótima apresentação, mas acredito que teria sido melhor recepcionado se tivesse tocado com o Los Hermanos – banda que os influenciou fortemente também.
O Muse entrou no palco uma hora depois. Ás 21:00 aproximadamente as luzes se apagam e Matthew Bellamy (vocal /guitarra), Christopher Wostenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria) adentram ao palco com Psycho, uma das músicas mais contagiantes do álbum novo Drones (2015) emendando logo com Reapers, também do álbum novo. Com Plug In Baby, do álbum Origin of Symmetry (2001) a banda já lança o primeiro clássico para o deleite dos fãs, que a recebe com muito vigor -  com gritos e celulares em punho, registrando assim cada minuto. Com The Handler, do álbum Drones (2015), Christopher logo precisa mostrar a que veio, pois é uma música que precisa e muito do preenchimento com o baixo – a bateria de Dominic em muitos momentos faz apenas o básico e na maioria das vezes é complementada pelos efeitos de samplers. Com The 2nd Law: Unsustainable, do álbum The 2nd Law (2012), isto fica ainda mais evidente. Com Dead Inside, a poderosa música que abre o novo álbum Drones, me pareceu um pouco diferente ao vivo. Tive a impressão de que um dos samplers de Dominic deixaram de funcionar em algum momento – mas nada parecido com a última apresentação no Lollapalooza em 2014. A voz de Bellamy, impecável, mostra todo o seu potencial com Resistance, do álbum  The Resistance (2009) – um dos momentos em que sua voz é mais necessitada.
Nota-se a clara inspiração de Muse em Queen em diversos momentos, principalmente no refrão desta música – um dos momentos mais incríveis da noite. Com Muscle Museum do álbum Showbiz (1999) a banda volta aos anos 90 com classe e emenda com Citizen Erased, do álbum Origin of Symmetry (2001) entrando num momento peculiar de introversão no show, com Bellamy e sua guitarra e Dominic interpretando um dos momentos mais intensos do show. A banda logo emenda com Muscle Museum, o único solo de Dominic e Christopher juntos no show inteiro – sem Bellamy no palco. Com Madness, do álbum 2nd Law (2012), a banda se junta novamente para uma das melhores músicas de seu repertório e emendam com Supermassive Black Hole, clássico do petardo Black Holes and Revelations (2006) - momento em que houve uma grande sinergia entre público e banda tornando-se o ponto alto do show. As dancinhas de Bellamy e Christopher naquele momento no palco eram simplesmente impagáveis, pois balançavam suas finas cinturas com muita dificuldade – diferente dos fãs brasileiros na platéia. O setlist seguiu com Time Is Running Out, do álbum Absolution (2002) que com o cronômetro no fundo do palco, demonstrava que estávamos próximos do fim do show, mas também indicava que a banda não deixava a empolgação do público esfriar.
Com Starlight, música do álbum Black Holes and Revelations (2006), fiquei impressionado como esta música é um tributo descarado para Queen – até a guitarra de Bellamy é configurada semelhante ao Brian May para esta música. Deixa ainda mais evidente que a banda sabe muito bem escolher seu setlist , sendo esta uma das melhores músicas de seu repertório e que também inclui uma das melhores combinações de samplers e instrumentos. A banda deixa o palco após tocar Uprising, do álbum The Resistance (2009) – com direito á enormes balões pretos, que ao serem estourados soltavam confete branco no público.  A banda retorna ao palco e toca Mercy, do álbum Drones (2015), um dos momentos mais celebrados pelos fãs.
Finalmente, com uma introdução incrível de Ennio Morricone por parte de Matthew Bellamy, a banda encerra seu show com Knights of Cydonia, do álbum Black Holes and Revelations (2006) uma das músicas mais legais dos britânicos, com explosões de confete e fitas brancas e vermelhas.Que maneira incrível de encerrar um show! Acho que a banda fez um dos melhores shows em São Paulo até a atual data, mas fico mais uma vez me questionando por que a banda não incluiu em seu setlist uma das melhores músicas de seu repertório - Supremacy, do álbum The 2nd Law. Espero que esta volte ao setlist quando a banda retornar ao Brasil numa próxima oportunidade.

Fotos: Edi Fortini

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