Pearl Jam veio á São Paulo e fez extenso show num Estádio do Morumbi lotado e iluminado por um mar de luzes em homenagem ás vítimas de Paris, na França
O show realmente começa com os fãs pulando com Do
the Evolution do álbum Yield (1998), na minha opinião, uma das melhores músicas
já compostas pela banda. O clipe foi todo feito á mão por Todd McFarlane, que
na época ficou muito famoso depois de debutar em clipes de rock com a música Freak
On a Leash do Korn. A banda continou agitando muito o público com Hail,Hail
retirado do No Code (1996)- um dos álbuns que na época era considerado o mais
diversificado até então, pois incluía estilos do garage rock, worlbeat, psicodelismo
e experimentalismo em suas composições. Um álbum considerado mal recebido pelos
fãs na época, mas muito bem recebido na noite. A banda logo depois mandou Why
Go, primeiro sucesso da noite retirado do incrível Ten (1991), que pela
imprensa não é considerado um álbum típico da cena grunge e muitas vezes foi
acusado de pular na cena grunge como lobo em trajes de ovelha por ser um típico
álbum de rock alternativo. Logo depois Eddie Vedder se diz muito feliz em estar
em território brasileiro e pede para que as pessoas cuidem um dos outros na
platéia e se respeitem.
Pearl Jam é uma daquelas bandas que já sofreram com
tragédias em estádios como na turnê européia de 2000 no Festival Roskilde na
Dinamarca, onde um pânico generalizado teve fãs pisoteados e sufocados. A banda
sabe muito bem hoje como controlar situações de risco. A banda continuou o show
com Getaway e Mind Your Manners, ambas retiradas do álbum Lightning Bolt (2013).
Percebia-se que havia uma mudança de palco quando o Pearl Jam tocava músicas
deste álbum, pois se utilizavam de outro tipo de iluminação que suspendia do
teto e dava a impressão de serem catalizadores de energia. Com Deep, o Pearl
Jam retorna ao Tem (1991) levando muitos fãs á loucura com a guitarra
distorcida de Michael “Mike” David McCready. A banda viaja um pouco ao passado
com Corduroy, do álbum Vitalogy (1994) desta vez mostrando um pouco de sua
influência no grunge. Em Lightning Bolt, a banda já percebia que o tempo estava
virando e o vento havia se tornado muito forte movimentando muito a iluminação
do teto. Em Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town do álbum
VS.(1993) Eddie decide fazer um solo para que os técnicos pudessem fazer a manutenção
na iluminação do palco – o que não adiantou muita coisa. A banda no entanto continuou
seu show normalmente e toca Even Flow do álbum Ten (1991) para a alegria dos
fãs.
Logo depois de um clássico, a banda dá um balde de água fria com a balada
Come Back do álbum Pearl Jam (2006) logo retornando ao álbum Lightning Bolt
(2013) com Swallowed Whole. Com Given to Fly, a banda lembra do álbum Yield
(1998) pela última vez, mas com chave de ouro – uma das músicas mais belas do
Pearl Jam. Neste momento começa a chover no estádio. Mas os fãs pareciam não se
importar assim que a banda inicia Jeremy, o grande clássico do álbum Ten
(1991). A banda emenda o clássico com outro que foi viral nas rádios nos anos
90, Better Man do álbum Vitalogy (1994). A banda deixa o púbclio para um breve
descanso após tocarem um dos clássicos da Era Grunge com Rearviewmirror
retirado do álbum Vs.(1993). Após uns dez minutos, a banda retorna com Eddie
agradecendo o público por estarem presentes e que para eles aquele momento era
muito especial após quase dois anos em turnê com o álbum Lightning Bolt
iniciando o segundo tempo com Footsteps, retirado do single Jeremy e raramente
lembrado pela banda nos shows. Logo depois a banda faz uma cover para Imagine
de John Lennon, dedicada ás vítimas do atentado terrorista em Paris, na França,
matando 135 pessoas e deixando mais de 300 feridas. O público dando um show á
parte, iluminando o estádio inteiro com os celulares. Belíssima imagem.
A banda
continuou seu set com Sirens, do álbum Lightning Bolt (2013), uma das músicas
muito bem recebidas pelo público retornando para o Vitalogy (1994) com Whipping
– uma das músicas mais agitadas do álbum, levando todos do público a agitar com
a banda. A calmaria a la R.E.M. retorna ao set com I Am Mine do álbum Riot Act
(2002) e ela logo é desfeita com a incrível Blood do álbum Vs. (1993) um dos
álbuns que mais simboliza o grunge na carreira do Pearl Jam - com direito a Matt Cameron castigando a
bateria sem piedade. A banda termina o segundo tempo com o clássico Porch do
álbum Ten (1991).
O terceiro tempo inicia após um breve intervalo com Comatose,
retirado do álbum Pearl Jam (2006) e emendam com State of Love and Trust,
música retirada da trilha sonora do filme Vida de Solteiro de 1992 que também
incluía músicas de bandas como Alice in Chains, Bruce Springsteen, Johnny Cash,
Patti Smith, entre outros. Altamente recomendado. A banda continuou seu set com
outro clássico do álbum Ten (1991), anunciando Black – um dos pontos altos do
show junto com Alive, música tocada logo depois. A banda, ainda bastante
chocada com o acontecimento do dia anterior ainda homenageou o direito a livre
expressão com a cover para Neil Young -
Rockin’ in the Free World. A banda encerra seu show retornando áquele fatídico
primeiro single de sua extensa discografia, o Jeremy, tocando Yellow Ledbetter,
uma das baladas mais belas da banda.
Um show que agradou alguns, outros acharam
que faltou mais músicas que impactaram na cena grunge, mas preciso admitir que
a banda com seu líder Eddie Vedder cumpre o que promete. Fez um show extenso,
percorrendo toda a carreira da banda, executando praticamente todos seus
sucessos. Isto precisa ser reconhecido e certamente foi um dos grandes shows do
ano.
Fotos: G1 Globo