segunda-feira, julho 02, 2007

16.06 // Via Funchal – São Paulo // MindFlow; Symphony X

Fico imaginando a sensação que o MindFlow teve ao subir no palco do Via Funchal. Havia lá um público ansioso em ver pela segunda vez uma das maiores bandas de metal progressivo que já surgiram neste planeta. O MindFlow no entanto esquece que é uma banda que não deve nada para os americanos e faz deste – mais intimista que o Live N Louder – um show fraco, pois mostra medo e insegurança no palco. Escolher uma música do Ozzy Osbourne como cover era algo que a banda não necessitava fazer – ‘Perry Mason’ não é necessariamente um ícone musical na carreira do ex-vocal do Black Sabbath. Tecnicamente o som estava alto pacas o que é muito bom, mas deixa-se de lado o feeling dos momentos mais silenciosos da música. Formada por Danilo Herbert (v.), Miguel Spada (k.), Rafael Pensado (d.), Ricardo Winandy (b.) e Rodrigo Hidalgo (g.) o MindFlow tocou as músicas mais interessantes de seus dois álbuns “Just the Two of Us... Me And Them” e “Mind Over Body” – álbum que a banda vem divulgando em seus shows. Era a vez do Symphony X se apresentar. Mais uma vez o som estava extremamente alto e somente dava a guitarra de Michael Romeo em cima do palco. A banda, que logo começou com ‘Of Sins And Shadows’ do álbum Divine Wings Of Tragedy obviamente já havia dominado o público já na primeira música. Os riffs fortes e altos incomodavam ás vezes por que a voz forte e única de Russel Allen ficava de fundo e não podia ser ouvida direito. O experiente vocalista no entanto se esforçou e muito para equilibrar os tons mais baixos de sua voz com os tons mais altos. A banda, formada por Russel Allen (v.), Michael Romeo (g.), Jason Rullo (d.), Michael Lepond (b.); Michael Pinnella (k.) vem ao Brasil também para divulgar seu novo álbum – Paradise Lost. Logo, a segunda música já era ‘Domination’ enaltecendo um pouco mais o lado sombrio que a banda vem tomando desde The Odyssey. A banda continuou com o seu set sombrio com ‘Inferno’ do álbum The Odyssey É sempre impressionante ouvir a música Inferno ao vivo. É um grandioso show de técnica e virtuosismo de Romeo e Lepond. O impacto da música é tão forte que cada um dentro da banda é indispensável. Isto se comprova cada vez mais a cada música que passa como, por exemplo, na fantástica ‘Evolution’ do álbum V – The New Mythology Suíte onde a banda faz com fidelidade a sobreposição de vozes que rendeu tantas comparações com Queen – continuando neste álbum a banda ainda emendou com a fantástica ‘Communion And The Oracle’. Brincando muito com o público o vocalista se demonstra, além de um ótimo vocalista, um frontman excepcional e único! Brincando muito com o público fez com que este se sentisse muito á vontade e também o grande carinho que a banda sente por ele. A sensacional ‘Smoke and Mirrors’ do álbum Twilight In Olympus mais uma vez faz um contraste entre técnica musical do rock progressivo e aquela influência forte de heavy metal tradicional. Mais uma vez a banda se surpreende que o público sabe de cor as letras desta música. As músicas que vieram logo em seguida ‘Set The World On Fire’ e ‘The Serpent’s Kiss’, ambas do álbum novo ainda inédito no Brasil, foram muito bem recebidas pelos fãs. Acredito que o peso sombrio colocado neste álbum deve ter sido algo muito natural para a banda. A banda ainda tocou ‘King Of Terrors’ do The Odyssey e ‘Sea Of Lies’ uma das mais pesadas músicas do álbum The Divine Wings Of Tragedy antes de deixar o palco. A surpresa, no entanto ainda estava por vir. O público pediu The Odyssey e a banda voltou e tocou uma das músicas mais longas de toda sua discografia. Um show de técnica, experiência e harmonias, estas enaltecidas pelo tecladista Michael Pinnela. Não posso deixar de citar a performance do baterista Jason Rullo, que com perfeição percorreu os quase 25 minutos de música. No final ficou aquela vontade de quero mais, afinal é surpreendente como os caras tocam. Russel Allen, no entanto para mim já é um dos melhores vocalistas há muito tempo, principalmente pelo alcance vocal que ele possui. O Symphony X nesta noite fez um show memorável, afinal estão no ápice de sua carreira. [MF]