quinta-feira, janeiro 28, 2016

RESENHA: Exodus - Uma Lição em Violência

Exodus se apresenta sem guitarrista Gary Holt, mas compensa o público com a grande presença de palco de Steve Zetro Souza e grande performance do baterista Tom Hunting da formação clássica da banda


A introdução para a primeira noite de violência do ano no Carioca Club ficou á cargo das paulistanas do Sinaya, que estão em estúdio para a gravação de seu primeiro álbum. A banda apenas lançou um EP chamado “Obscure Raids” em 2013. O quarteto composto apenas por garotas formado por Mylena Monaco (vocal/guitarra), Renata Petrelli (guitarra), Camila Toledo (baixo) e Aline Dutchi (bateria) tomaram a responsabilidade para elas, aquecer um público sedento por música. O Death Metal com pitadas Thrash “Old School” foi prejudicado e muito pelo mal ajuste dos equipamentos. Não sei ao certo quem poderia ser responsabilizado por isto, mas a banda saiu prejudicada e muito.
Mylena Monaco : Sinaya
Uma pena pois Mylena possui um vocal interessante e lembra muito o Death dos primórdios do Human (1991). Destaque para os duetos de guitarra de Mylena e Renata, sem tirar a grande presença de palco de Camila, que agitava e muito com o seu baixo. A banda terminou sua apresentação em meia hora, deixando espaço para a banda estadunidense se apresentar, o Exodus. A banda que lançou o bem sucedido Blood In, Blood Out (2014) há dois anos, retorna aos palcos de São Paulo num espaço curto de tempo, demonstrando ter ainda muita força para atrair público – a diversão é garantida para aqueles que curtem as rodas de mosh imensas que se formam durante as músicas. As luzes se apagam e a introdução já assinala que a noite mais uma vez será violenta com as primeiras notas de Black 13, do álbum Blood In, Blood Out (2014) emendando com Blood In Blood Out, do mesmo álbum. Já percebia-se que a ausência de Gary Holt faria diferença, mas não tiraria o brilho da apresentação do Exodus, pois trouxeram Kragen Lum (guitarrista do Heathen) no lugar dele. Um guitarrista tão bom, que fez os fãs agitarem com ele como se Gary Holt estivesse ali, em cima do palco! Agora são dois integrantes do Heathen no Exodus, já que Lee Altus também é guitarrista do Heathen. Enquanto baterista da formação clássica da banda Tom Hunting, destruía na bateria, Steve “Zetro” Souza fazia o que faz melhor, era um showman e um grande vocal. Seguindo o set com o clássico And There Were None, do álbum Bonded By Blood, a banda conseguiu formar a primeira roda da noite, justificando todos os elogios aqui aplicados á banda até agora. Jack Gibson caprichou na velocidade de seu baixo com a grandiosa Deranged do álbum Pleasures of the Flesh (1987), um dos grandes petardos do Thrash dos anos 80. Zetro diz que da última vez não tocaram nada do álbum novo e que desta vez tocariam algumas, como a Body Harvest – na minha opinião, um clássico imediato. Óbvio que o tornado Humano no centro da pista da casa de shows, não parava de rodar em nenhum minuto. Impressionante. Mas a coisa só pioraria com a introdução de Metal Command do clássico Bonded By Blood (1985) – era tênis para um lado, copos e garrafinhas de plástico voando, uma loucura.  A banda fez a loucura de emendar com Piranha, também do álbum Bonded By Blood (1985) – que mostrou de fato que Kragen Lum merecia representar Gary Holt naquele palco.
Steve Zetro Souza: Exodus
Zetro emendou com A Lesson In Violence, do clássico Bonded By Blood (1985) depois de declarar amor á São Paulo, citando que até há paulistas no staff da banda, como o tour manager e o responsável pela mesa de som. Depois Zetro anuncia uma música que raramente é tocada pela banda ao vivo, a poderosa Impaler, que pode ser encontrada no álbum Another Lesson In Violence (1996). Mas, um dos grandes destaques da noite, no entanto, ficou para o clássico instantâneo Blacklist, do álbum Tempo of the Damned (2004). Mas a banda ainda não estava satisfeita e emendou com Bonded By Blood do álbum homônimo – mas a noite ainda não tinha acabado para este quinteto americano. The Toxic Waltz, do álbum Fabulous Disaster (1989) foi anunciada por Zetro com mais dedicatórias de amor á São Paulo, dizendo que ama mostrar para amigos as grandes rodas que costumam ser feitos em seus shows na terra da garoa. O público reagiu com uma das maiores rodas, de dar orgulho á thrashers/moshers ao redor do Mundo. Após retirar feridos era a vez da despedida com Strike of the Beast do Bonded By Blood (1985) terminando assim mais uma lição em violência. Se todos os shows forem ao menos tão bons quanto o Exodus este ano, não teremos um show fraco o ano inteiro. Bravo! [MF]

Fotos : Ronaldo Chavenco


segunda-feira, janeiro 18, 2016

Entrevista: Bullet e Suécia fundamentam a nova onda do Heavy Metal Tradicional

Bullet é mais uma das grandes surpresas oriundas da Suécia. Com seu mais novo álbum Storm of Blades (2013) a banda se tornou uma das grande referências para o ressurgimento do heavy metal tradicional na Europa ou carinhosamente chamado de NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal) pela maioria. A banda é tão respeitada na Suécia, que até já abriu para o AC/DC e tocou para mais de 50.000 pessoas num estádio lotado. Conversei com os guitarristas Hampus Klang e Alexander Lyrbo a respeito de suas influências, os métodos utilizados para a gravação do álbum, Accept e um pouco da história da banda. Confira a seguir.

Eu estou curioso para saber como a idéia para formar o Bullet surgiu, já que tudo (inclusive o logotipo) foi criado tendo em mente as bandas dos anos 80. Isto foi apenas uma coincidência? Conte-me um pouco sobre o conceito entorno de Bullet.
Hampus Klang – Na verdade não. Sempre amei o Heavy Metal e a idéia era começar a melhor banda de Heavy Metal que existe. A banda que tivesse de tudo. A voz de Hell Hofer sempre funcionou muito bem para este tipo de música. A maioria de nossas bandas favoritas são do início dos anos 80 como Judas Priest, Twisted Sister, Accept, Saxon, AC/DC, Rose Tattoo, Black Sabbath, Dio, Iron Maiden e assim por diante. Eu realmente acho que os álbuns antigos soavam muito melhor que os álbuns lançados hoje em dia. Eles tinham uma atitude mais crua e natural.


Bullet lançou um álbum novo chamado Storm of Blades. Como foi compor material novo para este álbum, tendo a árdua tarefa de superar a já bem sucedida discografia do Bullet?
HK – Desta vez nós criamos uma metodologia diferente para escrever músicas. Nós sentamos numa sala de ensaio por oito horas todo o dia por três meses e fizemos um monte de demos em cada música até ficarmos totalmente satisfeitos com o resultado. A idéia era não tentar fazer algo diferente, mas fazer algo melhor possível. Nós tentamos dar uma identidade para cada música – entende? Estou muito feliz com as músicas, gravação e o layout para o álbum “Storm of Blades”.

Como foi mixar e masterizar o álbum Storm of Blades em estúdio? Houve a intenção de masterizar o álbum da mesma forma que os álbuns do Iron Maiden, Judas Priest ou até Accept o faziam nos anos 80, mantendo a mesma sonoridade até?
HK – Desta vez tentamos um novo estúdio chamado Pama com um novo cara novo chamado Mankan. Este foi de longe o mais exclusivo estúdio que nós já fomos. Nós esperamos gravar o próximo álbum ali também. Gustav, nosso baterista foi o produtor. Nós realmente não queremos que o álbum soe especialmente igual á um ano, mas queríamos que ele soasse como um álbum de metal dos anos 1979-1982 entende? (risos). Nós tentamos pegar aquele som natural e poderoso da época. Não usamos baterias trigadas ou guitarras destorcidas demais. Hoje em dia nós temos uma coleção imensa de guitarras e amplificadores e demorou para acharmos aquele que soava melhor. Tentamos todas as possibilidades até estarmos satisfeitos.
Alexander Lyrbo – Nós não tentamos masterizar ou gravar da mesma forma como era nos anos de ouro, 1978-1982, apenas utilizando equipamento analógico de gravação, por exemplo, ou apenas instrumentos e amplificadores daquela época. Mesmo assim, quando penso a respeito, alguns amplificadores e guitarras que usamos são daquela época (risos). Meu ponto é que não ficamos copiando cegamente tudo que eles faziam naquele tempo. Nós tínhamos o som perfeito em nossa cabeça e fizemos de tudo para chegar lá (risos).

Eu gostaria de saber um pouco sobre as letras para as músicas do Bullet. Como as letras para as músicas do Bullet são escritas?
AL – Bullet é sobre deixar os tempos bons rolar. Sempre que temos a inspiração para escrveer sobre como uma coisa é feita, escrevemos uma letra. E assim isto é feito em nosso amado busão de turnê do Bullet, viajando para uma nova cidade ou deixando outra para trás em procura de uma nova aventura ou experiência.

Hell Hofer possui uma voz forte e única, mas não há muito a respeito dele na internet. A carreira dele começou no Bullet como todos os outros membros?
HK – Ele sempre se interessou por cantar. Quando ele fez sete anos aproximadamente, o único lugar que ele podia cantar era na igreja, então ele se juntou ao coral da igreja. Eu acho que ele entrou numa banda aos 15 anos numa banda que tinha o estilo do Venom.
AL – Foi do céu ao inferno (muitos risos)
HK – Sim! Ele também esteve numa banda não muito séria aos 17 anos e não tenho certeza se naquela época ele cantou ao vivo. Mas eu zoava ele muito por que eles tocavam uma música do Toto. Eu e Hell fomos na mesma escola de música juntos e ele era o único cara que dirigia uma Harley e tinha cabelo comprido, sabia cantar e usava roupas de couro – então começamos a tocar juntos. Isto foi lá em 1996. Tocávamos músicas do Accept, Twisted Sister, Iron Maiden, AC/DC, Manowar e etc. Tentamos escrever nossas próprias músicas, mas elas sempre foram muito ruins. Pelo menos fomos inteligentes o suficiente para não lançar/gravar elas. Após algumas modificações de lineup, decidimos que queríamos procurar headbangers sérios e começar uma banda de verdade com músicas autorais. O restante de nós tocamos em muitas bandas antes. Eu toquei com o Hypnosia, Birdflesh e Jigsore Terror. Muitos de nós tocamos em bandas de thrash ou death metal antes.
AL – Eu toquei no Nominon e no Gravestoned antes. Nominon é uma banda de death metal que nosso antigo baixista Lenny Blade também tocou por alguns anos. Gravestoned era um som meio que Black Sabbath, início de Rush.
HK – A primeira vez em que vi Alex tocar foi no Säljervyfestival. Eu e Gustav estávamos bêbados, mas lembramos que eles eram muito bons. Também gostamos que ele tocou numa Gibson Firebird.

As bandas dos anos 80 como Accept, Judas Priest e Iron Maiden são influências para qualquer bandas de heavy metal. É correto dizer isto? Vocês tem outras influências quando vocês compõe?
AL – Sim é verdade!
HK – Estas bandas são os nossos heróis e claro, nossa grande inspiração. Nós ouvimos diversos outros estilos também. Um monte de música dos anos 70. Eu acho que Bullet é mais uma inspiração do início do blues e bandas mais brutais como Slayer, mas a maioria da inspiração vem de ponteiras, couro, amplificadores Marshall, guiatarras Gibson e bater cabeça.
AL – Mulheres e cerveja também.

Existem planos para lançar Storm of Blades na América do Sul? Você sabe algo a respeito?
HK – Seria muito legal, nós nunca estivemos aí. Sempre quis ir para a América do Sul, estou congelando aqui na Suécia agora. Não sei se a Nuclear Blast tem intenção de lançar o álbum na América do Sul, mas ficaria muito feliz se o fizessem. Esperamos poder estar aí em 2016. Sou um bom amigo de Casey (baixista do Skullfist) e ele me disse que os fãs da América do Sul são os mais loucos do Mundo. Uma semana atrás tocamos com o Sepultura na Alemanha. Sou um grande fã das coisas antigas do Sepultura.


Bullet é uma banda que está tomando parte da NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal ou Nova Onda de Heavy Metal Tradicional). O que você acha deste renascimento do heavy metal tradicional?
AL – Muitas, mas muitas bandas tinham um som muito parecido nos anos 80 – no final dos anos 70, o que a idéia geral de tudo quando se fala em nova onda de algo; você pega algo que já existe e o faz novamente com pequenas modificações. Mas você não pode fazer muitas modificações, se você o faz você trai os fãs. Algumas bandas conseguem fazer algo extra, eles conseguem administrar o som num certo limite que é leal ao som mas se destaca da maioria. Eu gosto de bandas assim. Não odeio as outras, mas não vejo muito interesse nelas.

A banda está ativa desde 2003. Como é para o Bullet já ter 10 anos de história dentro da cena do Heavy Metal? O quão Bullet é responsável pelo renascimento do Heavy Metal?
AL – Bullet está ativo desde 2001 e naquele tempo o thrash metal foi o grande estouro entre aqueles que curtiam Heavy Metal. Em todas as festas o Heavy Metal tocava, mas ninguém tinha uma banda ssim. Uma banda de verdade de Heavy Metal era necessária, por isso o Bullet foi criado (risos).
HK – Eu acho que demos uma ótima impressão, pelo menos na Suécia. Eu comecei um festival cvhamado Muskelrock com nosso antigo manager de turnês Jacob Hector há oito anos. Nós temos umas 25 bandas todo o ano  muitas o dizem que Bullet foi a grande razão por terem começado. Isto já dá muita moral!

Bite the Bullet do álbum Bite the Bullet (2008) é uma das muitas músicas que fazem homenagem ao AC/DC também. O quanto você acha que o AC/DC influencia o renascimento que está ocorrendo?
AL – AC/DC é uma das melhores bandas de todos os tempos então eu espero que sim.
HK – Se você não gosta de AC/DC tem algo de errado com você. Eles fizeram álbuns tão incríveis e continuam fortes. Quando eu conheci Angus Young eu me sentia com 12 anos. Eu estava tão nervoso e a única coisa que podia dizer era “Eu amo você” e dei um abraço (risos). Quando lançamos “Bite the Bullet” um monte de coisas aconteceram. Fizemos uns 120 shows por ano e abrimos para o AC/DC para 50.000 pessoas e estivemos nas rádios suecas todo o dia. Esta m´sucia significa muito para nós. Nós deixamos rapidamente de ser uma banda pequena de porão e ter bebidas grátis com nossos heróis para tocar em grandes festivais. Foi um sonho se tornando realidade.

Você acha que bandas de heavy metal como o Hammerfall são referência para o NWOTHM, ou você acha que eles seguem uma cena completamente diferente na cena?
AL – Hammerfall começou nos anos 90 quando o Heavy Metal estava totalmente morto no mainstream, especialmente na Suécia, mas ainda conseguiram construir um nome para eles que vale muito respeito. Nós fizemos turnês com eles por alguns anos e eles são ótimas pessoas.

O que você acha do Heavy Metal hoje em dia?
AL – Eu penso que o Accept é uma das bandas “antigas” que continuam mantendo a chama do Metal viva dirante os anos e ainda lançam excelentes álbuns. Blood of Nations é um clássico na minha opinião. Accept sempre foi a inspiração, mas indo contra o que outros dizem, não roubamos nada deles. Entretanto, nós roubamos nosso logotipo do Adam Bomb. Hampus procurou em revistas antigas e achou o logotipo, pensou que ninguém conhecesse o cara e o roubou. No entanto, seis anos depois, nós vimos nossos logotipos um ao lado do outro e tocamos no mesmo festival (risos). Festejamos juntos em nosso ônibus e ele até escreveu uma música sobre este roubo.
HK – Sim, isto foi muito divertido, ele estava sentado com um violão cantando:
- Bullet roubou meu maldito logotipo...
Nós preenchemos com Adam Bomb, lixo de Los Angeles. Ele mais tarde encontrou o amor com uma garota na casa de Hell Hofers (risos).


Muito obrigado pela entrevista e eu espero vê-los no Brasil em breve. Deixem sua mensagem aos fãs do Bullet no Brasil.
AL – Continuem loucos!

HK – Bang your heads!

sexta-feira, janeiro 15, 2016

Entrevista: Ambush - O Novo Pilar do Heavy Metal

Ambush é uma banda da Suécia que está fazendo parte da NWOTHM ou na tradução livre em português "Nova Onda do Heavy Metal Tradicional" e lançou ano passado seu mais novo álbum Desecrator (2015) com a difícil tarefa de superar o antecessor Firestorm - por muitos considerado o melhor lançamento de Heavy Metal de 2014. Conversei com o baterista Linus Fritzson que me contou mais sobre a origem do Ambush, influências e revelou um pouco mais sobre a cena sueca que está revolucionado o mercado musical Mundial, com a explosão de bandas  que estão fazendo de tudo para preservar o estilo mais amado dentro do rock Mundial: o Heavy Metal.

Conte-me um pouco sobre como vocês se encontraram e decidiram formar uma
banda de Heavy Metal.
Bom, nós todos somos amigos há séculos! Nós compartilhamos este mesmo amor pelo Heavy Metal e tocávamos em diferentes bandas. Percebemos como era estranho estarmos tocando em bandas diferentes e não juntos, então nos encontramos e ensaiamos. O resultado foi o Ambush.

Eu estou curioso para saber como a idéia para formar o Ambush surgiu, já que tudo (inclusive o logotipo) foi criado tendo em mente as bandas dos anos 80. Isto foi apenas uma coincidência? Conte-me um pouco sobre o conceito entorno de Ambush.
Um monte de bandas modernas de “merda” estão sendo formadas na Suécia e nós nunca gostamos disto. Sentimos que era o nosso trabalho como Seres Humanos tentar trazer o Metal de volta em sua pura forma. A idéia toda entorno de Ambush foi manter-se fiel á música e o logotipo também possui nossa idéia do que é o Heavy Metal é em sua melhor forma. A música que amamos, são bandas como Judas Priest e Accept e nosso objetivo é honrar seu legado.

Ambush lançou um álbum novo este ano chamado Desecrator. Como foi compor material novo para este álbum, tendo a árdua tarefa de superar o bem sucedido debute Firestorm?
Desecrator foi bem tranqüilo para nós na verdade. Estamos muito satisfeitos com o Firestorm, mas penso e falo por todos nós dizendo que estamos ainda mais satisfeitos com o resultado de Desecrator. Ambos os álbuns surgiram naturalmente e não houve uma pressão para criá-los. Continuamos escrevendo e compondo músicas que amamos do mesmo jeito, a única diferença foi que tivemos muito mais sincronia musicalmente e após os shows que fizemos para o álbum Firestorm.

Como foi mixar e masterizar o álbum Desecrator em estúdio? Houve a intenção de masterizar o álbum da mesma forma que os álbuns do Iron Maiden, Judas Priest ou até Accept o faziam nos anos 80, mantendo a mesma sonoridade até?
O álbum Desecrator foi mixado e masterizado no estúdio PAMA por Mankan e Maxe, dois caras incríveis. Eles sabiam exatamente como queríamos a sonoridade do álbum sem ter que falar isto para eles. Nós demos referências, mas não acho que eles precisaram delas, pois eles sabem como Heavy Metal tem que soar (risos).

Eu gostaria de saber um pouco sobre as letras para as músicas do Ambush. Como as letras para as músicas do Ambush são escritas?
A maioria das músicas são escritas primeiro e depois Oskar (Jacobsson, vocalista) se inspira nas músicas para escrever suas letras. Eu acho que é uma ótima aproximação, pois ele sempre consegue tirar aquela pegada de sentimento nas letras. Ainda mais, ele também está bêbado todo o tempo e suas alucinações em bebedeiras sempre resultam em ótimas idéias. Ludwig (Sjöholm, baixista) e Olof (Engkvist, guitarrista) também têm escrito letras e que resultaram em ótimas idéias.

Oscar possui uma voz forte e única, mas não há muito a respeito dele na internet. A carreira dele começou no Ambush como todos os outros membros?
Nenhum de nós esteve em uma banda de verdade antes de Ambush, mas Oscar esteve em uma banda ótima chamada B.S.T. antes. Eles lançaram um álbum apenas e se há fãs fervorosos de Oscar Jacobsson por aí, vocês podem conferir esta banda também (risos).

As bandas dos anos 80 como Accept, Judas Priest e Iron Maiden são influências para qualquer bandas de heavy metal. É correto dizer isto? Vocês tem outras influências quando vocês compõe para o Ambush?
Obviamente nenhuma banda escapa da influência destas bandas gigantes! Eu acho que não conseguiríamos tocar Heavy Metal sem a influência destas bandas, já que estas criaram o som que queremos conservar! Há um monte de outras bandas importantes para nós, como nossos amigos e compatriotas do Enforcer, The Scams e Bullet – mas há também bandas do outro lado do oceano como o Skull Fist. Há um monte de bandas ótimas por aí e você pode encontrar influências em todos os lugares em que você for.

Qual é a sua opinião ser comparado com bandas assim? É correto fazer isto?

Ser comparado não tem problema, como dissemos anteriormente, queremos divulgar seu legado e o Heavy Metal. Mas não me entenda errado, nós somos uma banda, fazendo nosso próprio som, mas não há como escapar dos criadores do gênero. Eu quero dizer que as pessoas não apenas ouvem Ambush por que querem ouvir Judas Priest, mas ouvem Ambush por que querem ouvir o Ambush.

Existem planos para lançar Firestorm ou Desecrator na América do Sul? Você sabe algo a respeito?
Eu não sei por saber, mas claro que seria incrível alcançar melhor nossos irmãos e irmãs na América do Sul! Espero algum dia!

Ambush é uma banda que está tomando parte da NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal ou Nova Onda de Heavy Metal Tradicional). O que você acha deste renascimento do heavy metal tradicional?
O renascimento do heavy metal tradicional é o que a cena precisava! Hoje as bandas de Metal estão ficando cada vez mais modernas e estão virando bandas pop. Era necessário que uma reação forte destas que está acontecendo agora, trouxesse estas raízes de volta. Para manter o Heavy Metal vivo, você precisa ser verdadeiro e é isto que esta onda é para mim.

Você acha que bandas de heavy metal como o Hammerfall são referência para o NWOTHM, ou você acha que eles seguem uma cena completamente diferente na cena?
Hammerfall é uma excelente banda, de verdade, mas eu não os colocaria na mesma classificação – pois eles começaram bem antes desta nova onda. Eu acho que eles tocam uma espécie mais moderna de metal que aquilo que tocamos. É a minha opinião pelo menos. Mas eles são uma banda incrível!

O que você acha do heavy metal hoje em dia?
Eu acho que há esperança. Há um monte de bandas novas por aí! Night, Screamer, Enforcer e Bullet são algumas das bandas suecas que estão agitando o meu Mundo neste momento e o tem feito há algum tempo. Se as pessoas pararem de modernizar e ao invés disto trazer as raízes de volta, tudo ficará bem (risos).

Você já ouviu falar em bandas brasileiras como o Dominus Praelli ou Hellish War?
Infelizmente não. Na verdade não tenho ouvido bandas da América do Sul. Espero que a gente vá a América do Sul no futuro e que consigamos conferir todas as bandas incríveis que devem existir por aí!

Qual é a receita que você dá ás bandas hoje que querem formar uma banda de heavy metal hoje em dia?
Ouçam ao Ambush (muitos risos). De verdade, ouça música que você ama e nunca saia de seu caminho. Sejam verdadeiros com vocês mesmos, sua música e aos Deuses do Metal e o que vocês podem alcançar será inimaginável.

Muito obrigado pela entrevista e eu espero vê-los no Brasil em breve. Deixem sua mensagem aos fãs do Ambush no Brasil.
Saudações irmãs e irmãos do Metal no Brasil! Eu espero vê-los num futuro próximo e até lá, continuem verdadeiros!