sábado, abril 30, 2016

Marillion renega seu passado com bom show em São Paulo

Os monstros do rock progressivo vem ao Brasil e se concentram em seus sucessos mais recentes renegando cada vez mais o que os tornou tão bem sucedidos




             O Marillion já possui um relacionamento de amor com os brasileiros. É de se saber que a banda tem como quase certa uma casa bem cheia quando vem para São Paulo. Foi o que aconteceu nesta sexta-feira (30/04). Com um público bom, a casa de shows Tom Brasil foi mais que o suficiente para abrigar aqueles sedentos por rock progressivo. Foi mais ou menos isto que o Marillion trouxe em seu setlist. Iniciando seu show ás 22:20 a banda levou o já impaciente público ao delírio. Percorrendo álbuns com muitos sucessos como o aclamado Seasons End (1989) e aqueles que hoje vivem no underground, como o Sounds That Can't Be Made (2012) a banda trouxe seus integrantes em uma fase mais introspectiva, utilizando-se de imagens no fundo do palco que abrangem desde os sentimentos internos Humanos e reciclagem - seja ela sonora ou interna. A performance de Steve Hogarth nos vocais é sempre uma grande incógnita, pois sempre abrangeu do mais ou menos para o excelente - esta noite Hogarth estava muito bem inspirado, principalmente nos momentos em que sua voz precisava de seus alcances como em Easter ou até em King - um dos momentos do show em que Hogarth precisou da ajuda da platéia para não deixar a peteca cair.
             A grande figura da noite no entanto foi Pete Trewavas (baixo) que se soltou muito mais esta noite, percorrendo o palco inteiro e se comunicando com o público. O guitarrista Steve Rothery no entanto, sempre sorridente, teve momentos de complicação com o seu instrumento na hora do ápice da música Sounds That Can't Be Made. A tranquilidade do músico para resolver seu problema demonstra a experiência de um verdadeiro músico, que calmamente trocou a guitarra e continuou seu som até o fim. Mark Kelly também teve momentos de falhas como em 80 Days (do álbum This Strange Engine) onde seu teclado que imita uma trumpete perdeu o fio da meada por alguns segundos, mas logo recomposto pelo músico. A banda percorreu músicas de seus álbuns que mais sucessos radiofônicos obtiveram, como Clutching at Straws (1987) e Afraid of Sunlight (1995) e Marbles (2004). Destaque para longa The Invisible Man que foi tocada no primeiro bis da noite, do fantástico Marbles (2004) demonstrando mais uma vez por que a banda hoje é tão prestigiada pelos fãs da boa música progressiva.
 Acho no entanto que a banda deveria uma vez vir ao Brasil tocar somente clássicos dos álbuns Fugazi, Script for a Jesters Tear e  talvez tocar Missplaced Childhood na íntegra para os fãs mais assíduos. Na noite, a única menção a este passado distante ficou para Kayleigh (Missplaced Childhood) e Garden Party (Script for a Jester's Tear). Queria muito uma vez poder ouvir ao vivo a sequência Pseudo-Silk Kimono, Kayleigh, Lavender ou até a grandiosa Bitter Suite com a sua grandiosa sequência de músicas que se encaixa maestralmente uma na outra. Queria uma vez também ouvir o clássico Script for a Jester's Tear emendando com He Knows You Know do álbum Script for a Jester's Tear (1983). Também acharia incrível testemunhar músicas do tão renegado Fugazi (1994) com as grandiosas Assasing seguida por Punch and Judy.
             O quinteto inglês no entanto se limita e muito trazendo mais do mesmo, apesar de que o público presente, mesmo utilizando camisetas destes respectivos álbuns, saiu feliz e satisfeito do show após ouvir Garden Party, Pour My Love, Afraid of Sunrise e Beautiul - estas duas últimas ambas do álbum que mais divulgou o Marillion no Brasil - Afraid of Sunlight (1995) que teve Beautiful na novela Cara & Coroa da Globo.
              Um bom show, mas que teve um certo sabor de decepção por mais uma vez não trazer músicas de seus álbuns que os levaram a ser uma das bandas de rock progressivo mais bem sucedidas do Mundo.


SETLIST

The King of Sunset Town
Cover My Eyes
Power
Pour My Love
80 Days
Sugar Mice
Afraid of Sunrise
Easter
You're Gone
Kayleigh
King

Encore
The Invisible Man

Encore 2
Beautiful
Garden Party


quinta-feira, abril 28, 2016

Avantasia traz Ghostlights para São Paulo com direito a gravação de Clipe e Show

A ópera rock voadora chegou a São Paulo com grandes astros do rock e gravou um dos melhores shows da banda em solo tupiniquim.


Um dos melhores projetos de heavy metal de todos os tempos, o Avantasia, veio ao Brasil divulgar seu mais novo álbum Ghostlights (2016) e como presente para os fãs, fizeram a gravação do clipe para a música Draconian Love em solo brasileiro e a gravação do show para um futuro DVD. A fase de Tobias Sammet não poderia ser melhor. Acompanhado dos melhores músicos da cena, o show do Avantasia não poderia ser menos que um dos melhores shows do ano. Com ninguém mais, ninguém menos que Michael Kiske (Unisonic, ex-Helloween), Jorn Lande, Ronnie Atkins (Pretty Maids), Amanda Somerville (Aina), Herbie Langhans (Beyond the Bridge, ex-Seventh Avenue), Oliver Hartmann (Hartmann, ex-At Vance), Eric Martin (Mr.Big), Sascha Paeth, Felix Bohnke (Edguy), Robert Hunecke-Rizzo (Luca Turilli) a tropa Tobias Sammet (Edguy) veio ao Brasil destruir as metas de alguma banda da cena alternativa do heavy metal fazer um show tão épico quanto este.

Por favor continuar a leitura no Fanzine Mosh

quarta-feira, abril 27, 2016

Candlemass vem ao Brasil comemorar 30 anos de existência

Com um show recheado de clássicos, Candlemass satisfaz público das antigas, mas bota em cheque história recente da banda


A escolha da casa de shows Clash Club foi acertada para a quantidade de pessoas que compareceriam ao show do Candlemass, mas antes a banda de abertura fez seu papel de colocar o público no clima. Os paulistas do HellLight, fizeram um bom show, mostrando mais do estilo Funeral Doom. Com pouco mais de 40 minutos de show a banda deixa o palco para a apresentação dos suecos.

Quando testemunhei o Candlemass pela primeira vez em São Paulo em 2006, na extinta casa de shows Led Slay, nunca imaginei que veria os suecos novamente sem o carismático vocalista Messiah Marcolin. Acontece que logo depois da vinda da banda ao Brasil, Messiah saiu da banda e deixou muitos fãs do Doom Metal em luto acreditando que a banda teria terminado. Leif Edling não o permitiu e logo contratou Robert Lowe, vocalista do Solitude Aeternus para o cargo. Este gravou três excelentes álbuns com o Candlemass: King of the Grey Islands (2007), Death Magic Doom (2009) e Psalms for the Dead (2012) – este último marcando o derradeiro registro de estúdio da banda que também resultou na demissão de Robert dos vocais. Atualmente com Mats Levén nos vocais, Leif traz sua última cartada para manter o Candlemass na ativa, trazendo o show de 30 anos de aniversário da banda ao Brasil. A banda ainda trouxe em sua formação os músicos Mats Mappe Björkman (guitarra), Jan Lindh (bateria) e Lars Johansson (guitarra). Como o vocalista Mats Levén participa também do projeto Krux, de Leif Edling, percebi que há uma harmonia entre eles – inclusive na interpretação dos clássicos do Candlemass.

A banda limitou-se a tocar músicas de seus álbuns clássicos, sem deixar de fora músicas pontuais de dois álbuns mais recentes como a Prophet do álbum Psalms for the Dead e Emperor of the Void do álbum King of the Grey Islands. Acredito que concentrando-se e muito nos clássicos, Leif Edling se manteve fiel a história da banda, mas ao mesmo tempo desmereceu clássicos imediatos de álbuns tão memoráveis como Black Dwarf do álbum Candlemass.

Os fãs no entanto não se importaram com a performance de todos os clássicos do primeiro álbum Epicus Doomicus Metallicus como a interpretação fantástica de Mats Levén para a grandiosa Under the Oak ou até a pesadíssima A Sorcerer’s Pledge. Falando sobre Mats Levén, este vocalista foi simplesmente a escolha mais que perfeita para substituir Messiah Marcolin nos vocais. A abrangência vocal do indivíduo é tão absurda, que não importa quem interpretou a versão da música. Mats consegue não somente interpretar ela da maneira dele, como aperfeiçoar aquilo que não imaginava pudesse ser ainda melhor. Até no momento de interpretação em tristeza, como na sentimental At the Gallows End, do grandioso Nightfall, Levén conseguiu distinguir com perfeição tristeza com agressividade nos momentos corretos. Um dos melhores momentos da noite, sem sombra de dúvida.

Claro, que não podia deixar de destacar a grande atuação dos guitarristas, que não deixaram a peteca cair, mostrando muita dedicação e ensaio para as músicas. Um dos grandes destaques da noite para mim de interação entre ele foi na interpretação para The Prophecy do álbum Tales of Creation, onde Lars e Mats Björkman basicamente carregam nas costas a linha de desenvolvimento da música. A quantidade de “feeling” por trás da música é simplesmente impressionante.

A banda ainda voltou ao palco, após pedidos, para tocar Samarithan, do álbum Nightfall, encerrando assim uma noite que será lembrado por muitos como o fatídico dia em que o Candlemass retornou ao Brasil, mas ao mesmo tempo servirá para muitos criticarem a nova roupagem que Mats Levén deu ás músicas. Espero que na próxima vinda da banda ao Brasil, que eles tragam em seu repertório, músicas de seus álbuns mais recentes – que na minha humilde opinião não perdem nada para os grandes clássicos.


SET-LIST CANDLEMASS


 Mirror Mirror
Bewitched
Prophet
A Cry from the Crypt
Emperor of the Void
Under the Oak
At the Gallows End
A Sorcerer’s Pledge

BIS
The Prophecy
Dark Reflections
Crystal Ball
Solitude

BIS 2
Samarithan

 

terça-feira, abril 19, 2016

Amon Amarth, Marillion e Bullet são destaques da edição 112 da Comando Rock


Minhas matérias com o Amon Amarth, Marillion, Bullet e reviews de diversos shows foram publicadas este mês na revista Comando Rock.

Leia gratuitamente a revista através do site abaixo:

Revista Comando Rock nr.112



quinta-feira, abril 14, 2016

Accept em São Paulo tem setlist perfeito e coro de fãs em casa lotada

O público parece não se cansar dos alemães que lota o Carioca Club e canta em coro num calor infernal


Como pudemos conferir no Monsters of Rock, realizado em São Paulo ano passado, a banda alemã Accept é definitivamente um dos melhores shows de Heavy Metal para se assistir atualmente. O calor, no entanto da casa escolhida para o show, foi no mínimo infernal e passava facilmente dos 40 graus centígrados.

Com duas mudanças, comparando a formação com a do ano passado, tivemos na bateria Christopher Williams e na guitarra Uwe Lulis, onde este último é cartinha marcada para os headbangers de plantão, tendo em seu currículo passagens pelo Digger (1987), Grave Digger (1987 – 2000) e Rebellion (2000 – 2010).

Com um repertório que quase continha somente de clássicos, Accept fez a festa dos fãs mais tradicionais da banda englobando também sucessos de seus álbuns mais recentes, como os grandiosos Blood of Nations (2010), Stalingrad (2012) e Blind Rage (2014) ovacionados pelo público.

Wolf Hoffmann, guitarrista e Peter Baltes, baixista, ambos líderes do Accept, esbanjavam simpatia e empolgavam a cada cantoria iniciada pelo público, que foi perfeito em cada minuto das duas horas de duração do show. Interessante foi a grande variedade de riffs que poderiam ser ouvidos a cada faixa que Wolf interpretava junto a Uwe, como a grandiosa Restless and Wild. Christopher, o baterista escolhido para o show, também executou as músicas com perfeição, mostrando entrosamento e dedicação no ensaio das músicas.

Mas o que mais impressionou óbviamente, é a interpretação de Mark Tornillo para as músicas uma vez interpretadas por Udo Dirkschneider. Impressionante como o vocalista consegue manter a qualidade de seus vocais com duas horas de show – algo muito difícil de fazer tendo em vista que as músicas como Stampede, Shadow Soldiers, Bulletproof e Princess of the Dawn requerem muito das cordas vocais.

Percebe-se hoje, que a banda poderia ser tão grande quanto o Iron Maiden ou até Megadeth se tivesse se mantido firme na cena e não tivesse simplesmente se apoiado tanto em Udo, que mais estava interessado em lançar os álbuns de sua carreira solo. Uma das frases célebres dadas por Udo em uma entrevista á Lords of Metal foi que se eles tivessem que criar um álbum juntos eles destruiriam mais do criariam. Com a interpretação das músicas do álbum Blood of Nations (2009), que marcou seu fatídico retorno ao mercado, prova que Udo estava errado. Accept hoje é uma banda mais do que madura e que continua lançando álbuns incríveis e fazendo shows impecáveis, como este no Carioca Club – levando headbangers de todas as idades á loucura com os riffs impecáveis de Wolf e as linhas de baixo de derrubar muros de Uwe.

Espero de coração que o Accept continue trilhando este caminho e que músicas como Teutonic Terror, Son of a Bitch e Balls to the Wall, continuem sendo tocadas por Hoffmann e Baltes por muitos anos. Vida longa ao Accept – Vida longa ao Heavy Metal.

Crédito Fotos: Fernando Yokota



SETLIST

1.       Stampede
2.       Stalingrad
3.       Hellfire
4.       London Leatherboys
5.       Living for Tonite
6.       Restless and Wild
7.       Midnight Mover
8.       Dying Breed
9.       Final Journey
10.   Shadow Soldiers
11.   Starlight
12.   Bulletproof
13.   No Shelter
14.   Princess of the Dawn
15.   Fall of the Empire
16.   Dark Side of My Heart
17.   Pandemic
18.   Fast as a Shark
19.   Metal Heart
20.   Teutonic Terror
21.   Son of a Bitch
22.   Balls to the Wall


sexta-feira, abril 08, 2016

Coldplay em São Paulo tem pedido de casamento e muitos efeitos especiais

A banda finalmente mostra evolução de timidez com um “evento” nota 10 em efeitos especiais e participação do público


Como indicado em diversas entrevistas por Chris Martin, esta pode ser mesmo a última turnê da banda e o episódio final em São Paulo foi bem o de sempre: um final feliz e com as honras de um pedido de casamento. A incrível idéia das pulseiras coloridas, balões, papel picado e músicas para cantar em alto e bom som entre um som eletrônico e outro, pode servir para espaços pequenos ou estádios enormes, enfim além da banda quem esteve lá vivenciou uma experiência única neste formato de show.
O Coldplay já foi mais acanhado, mas domina muito mais agora, como o U2 o faz. Os 45 mil fãs se deliciaram por cerca de duas horas, entre pulseiras que piscavam em sincronia e tempestades de estrelinhas recortadas. Impressionante como os quatro músicos se desdobram para fazer um som potente na medida da sede de diversão do público. Na penúltima música, 'Sky Full of Stars' o vocalista Chris Martin fez a banda parar e atendeu a um pedido de dois casais que queriam ficar noivos – bem no estilo fofo e romântico da banda. O capítulo terminou com um abraço quíntuplo entre os fãs brasileiros e o líder da banda inglês.
O repertório foi montado basicamente com os dois discos mais recentes: o dançante “A Head Full of Dreams” e o anterior, o tristonho “Ghost Stories”. Era interessante notar que os “u-hu” de 'Adventure of a Lifetime' superavam com tranqüilidade os “ôôô” do sucesso anterior 'Viva La Vida' com um coro marcante da noite. Interessante é o espaço pequeno deixado para Ghost Stories, que poderia ter estragado diversos momentos do show por serem muito desanimadores. Mas a banda foi bem inteligente utilizando o palco menor, mais próximo ao público para interpretar 'Ink' e 'Magic', trazendo um clima mais intimista aquele momento. Interessante, foi a interpretação de 'Trouble', do álbum "Parachutes" (2000) num palco ainda menor – música que é muito mais simples e sofrida que 'Yellow'. Há algo bom no arranjo, mas nada que poderia resultar nisto que o Coldplay é hoje.
Percebe-se que a banda é um grande amálgama, como o símbolo do último disco deles, tendo elas espalhadas pelo show como exemplo 'Clocks', o coro de arena de 'Viva la Vida', o pop pegajoso de 'Paradise' e a balada praiera 'A Sky Full of Stars'. Diversas delas resultaram no que se vê em sua discografia: pop alegre, justo e até eficiente, mas que não surpreende ninguém. Tem realmente cara de último capítulo. Para os fãs mais fervorosos, fim de série.


SETLIST:

Head Full of Dreams  - Head Full of Dreams (2015)
Yellow – Parachutes (2000)
Every Teardrop Is a Waterfall – Mylo Xyloto (2011)
The Scientist – A Rush of Blood on the Head (2002)
Birds – Head Full of Dreams (2015)
Paradise – Mylo Xyloto (2011)
Everglow – Edição Single do álbum Head Full of Dreams (2015)
Ink – Ghost Stories (2014)
Magic – Ghost Stories (2014)
Clocks - A Rush of Blood on the Head (2002)
Midnight - Ghost Stories (2014)
Charlie Brown – Mylo Xyloto (2011)
Hymn for the Weekend – Head Full of Dreams (2015)
Fix You – X&Y (2005)
Heroes – David Bowie cover
Viva la Vida  - Viva la Vida and All His Friends (2008)
Adventure of a Lifetime – Head Full of Dreams (2015)
Trouble – Parachutes (2000)
Speed of Sound – X&Y (2005)
Amazing Day – Head Full of Dreams (2015)
A Sky Full of Stars – Ghost Stories (2014)
UP&UP – Head Full of Dreams (2015)


Iron Maiden veio ao Brasil divulgar o multiplatinado The Book of Souls

Iron Maiden se apresentou no Allianz Arena, em São Paulo, com as bandas de abertura Anthrax e The Raven Age

Impressionante como a ansiedade consegue fazer com que você mal consegue avaliar as bandas de abertura de bandas tão aguardadas como o Iron Maiden. Não interessava ali quem abriria o show, desde que o show do Iron Maiden acontecesse. A recepção para as bandas de abertura foi muito boa. Começando pelo The Rave Age.  A banda de George Harris, filho mais velho do baixista Steve Harris, entrou em cena. Fundada em 2009, o grupo The Raven Age começou a ter vida própria com a chegada do baixista Matt Coxx em 2012, posteriormente com a chegada do vocalista Michael Burrough e do baterista Jai Patel, ficando completa a formação com o guitarrista Dan Wright, que também é co-fundador da banda. A banda básicamente tocou cinco músicas se despedindo do público ansioso para que a próxima banda, o grandioso Anthrax se apresentasse rápidamente. Já com o estádio mais cheio, os moshers do Anthrax foram a outra atração escalada para aquecer o público. E seguraram as pontas como qualquer banda grande o faria. Fazendo arranjos que homenageavam o Iron Maiden em suas próprias músicas, a banda teve o público em suas mãos com os grandes clássicos do thrash como “Caught in a Mosh”, “Got the Time” e “Antisocial”, as seguidinhas favoritas para os moshers de plantão. Rodas óbviamente foram abertas em homenagem ao grande Anthrax que recém lançou o álbum “For All Kings” (2016) e também aproveitou o momento único para executar duas canções desse novo disco: “Evil Twin” e “Breathing Lightning”. Uma pena que o show do Anthrax tenha sido tão curto, pois o grupo americano referência no estilo Thrash Metal foi impecável na noite de sábado. Mesmo com um set enxuto, a banda mostrou toda sua força e trouxe para enaltecer ainda mais a grande história do estilo o guitarrista do Sepultura - Andreas Kisser  que adicionou seus dedilhados ao grande clássico “Indians”, com direito a trecho de “Refuse/Resist”, para o delírio dos fãs do Sepultura que ali estavam. Fiquei também bastante impressionado com o desempenho do baterista Jon Dette, improvisado rapidamente para substituir Charlie Benante nas baquetas que por motivos judiciais foi impedido de viajar com a banda. Foi de tirar o chapéu!
Chegara a vez da Donzela de Ferro se apresentar. Até o clima no estádio Allianz Parque havia mudado. Ao apagar as luzes, o palco tomava a forma de um templo mítico que fazia homenagem á
Templos primitivos como os Maias/Astecas/Incas.
No telão, via-se o avião Ed Force One sendo arremessado pelas mãos de Eddie para o Brasil. Assim começa o show, com Bruce Dickinson começando a cantar If Eternity Should Fail com mãos estendidas para uma espécie de fonte e a banda que inclui Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith, Nick McBrain e Janick Gers entram em cena logo depois para complementar a grande performance do vocalista. A banda que veio para o Brasil divulgar o novo álbum The Books of Souls, focou em seu novo lançamento. Criticado por alguns e absurdamente elogiado por outros, The Book of Souls dividiu opiniões mas no final, fãs da Donzela de Ferro são obcecados e piram em cada movimento que cada integrante faz no palco. Labaredas de fogo que saíam do chão e das colunas do templo anunciavam Speed of Light (The Book of Souls, 2015) o carro chefe do álbum novo. Empolgante e com um riff viciante, Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers mostravam ao público toda a sua habilidade nas cinco cordas. Janick Gers era o mais descontraído no palco, como sempre – corria de um lado para o outro com seu instrumento e mostrava sua elasticidade de suas pernas apoiando-as em um alto falante bem alto, enquanto dedilhava sua guitarra.
Era a vez do primeiro clássico da noite com Children of the Damned do álbum The Number of the Beast (1982) – mostrando pela primeira vez no show o grande potencial de canto do estádio. Que incrível ouvir tantas vozes cantarem juntas um dos maiores clássicos do Iron Maiden!  A banda continuou seu set com Tears of a Clown, do álbum novo The Book of Souls (2015), uma das faixas mais incríveis do álbum novo! Com sua pegada típica anos 80, Tears of a Clown é uma grande homenagem ao ator Robin Wiliams (63 anos) que se suicidou ano passado e conforme alguns veículos de imprensa é a favorita do Bruce Dickinson deste álbum novo. A banda emenda logo com The Red and the Black, a música mais longa do The Book of Souls (2015).

Mas com The Trooper é que a banda realmente trouxe a casa abaixo. Com Bruce Dickinson vestido de soldado inglês e agitando um bandeirão com a bandeira inglesa, a banda traz o clássico do Piece of Mind (1983) para o estádio. Mas o ponto alto ainda estava por vir quando o boneco Eddie entrou no palco no meio da música! Eddie ainda teve seu coração arrancado de seu corpo e este foi atirado no público pelo vocalista. Com o público ainda se recuperando do clássico, logo os ingleses mandam Powerslave, do álbum Powerslave (1984) – com direito a Bruce Dickinson entrando com uma máscara de Luta Livre mexicana. Não me perguntem como o cara cantou com aquilo na cara, mas mesmo assim, ficou incrível. Com Death or Glory a banda continuou tocando músicas do álbum The Book of Souls (2015) e emendaram com outra do álbum, a música título The Book of Souls, que teve direito ao surgimento de uma cabeça do Eddie de pelo menos três metros de altura. Impressionante que com 36 anos de carreira, que os músicos continuam assim com tanto pique no palco. Nicko McBrain não parava em minuto algum para descansar mesmo com 63 anos nas costas. Respeito. Com um clima sombrio, era a vez de Hallowed Be Thy Name, que mostrou Bruce Dickinson com uma corda no pescoço – impressionante que a esta altura do show, Bruce já havia trocado pelo menos quatro vezes de roupa durante o show. Os solos certeiros de Dave Murray compartilhados com Adrian Smith eram simplesmente muito bem ensaiados – impressionante a grande sintonia entre estes grandes guitarristas.
Sem contar claro com a grande responsabilidade de Janick Gers de manter a base da música junto com o grandioso Steve Harris no baixo. Com Fear of the Dark, do grandioso álbum Fear of the Dark (1992) o estádio veio abaixo com luzes iluminando o estádio todo com direito á cantoria generalizada! A banda termina seu show com a grandiosa Iron Maiden, do álbum Iron Maiden (1980). Mas a banda não demoraria muito para voltar ao palco com a grandiosa The Number of the Beast do álbum The Number of the Beast (1982). Logo depois Bruce Dickinson faz uma homenagem aos fãs em São Paulo dizendo que a cidade é a mais Metal do Mundo e que todos nós somos irmãos de sangue, introduzindo Blood Brothers do álbum Brave New World (2000) e a banda encerra seu show com um dos grandes clássicos e o riff mais importante que Adrian Smith já compôs em sua longa carreira – Wasted Years do álbum Somewhere in Time (1986) – que maneira épica de encerrar um show. Sim, é neste momento que preciso citar a própria música, estamos vivendo sim os anos dourados, os anos em que testemunhamos a existência da grandiosa Donzela de Ferro e que nós possamos testemunhar sua passagem por terra tupiniquins por muito e muito tempo!


Agradecimentos a Denise Catto (Midiorama) pela atenção e credenciamento

Fotos: Flávio Hopp

Banda Anthrax :

Scott Ian - guitarra
Jon Dette - bateria
Frank Bello - baixo
Joey Belladonna - vocal
Jonathan Donais - guitarra

Set List Anthrax:

Caught in a Mosh
Got the Time (cover Joe Jackson)
Antisocial (cover Trust)
Fight 'Em 'Til You Can't
Evil Twin
Medusa
Breathing Lightning
Indians

Banda Iron Maiden:

Steve Harris – baixo
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Bruce Dickinson – vocal
Nicko McBrain – bateria
Janick Gers – guitarra


Set List Iron Maiden:

If Eternity Should Fail
Speed of Light
Children of the Damned
Tears of a Clown
The Red and the Black
The Trooper
Powerslave
Death or Glory
The Book of Souls
Hallowed Be Thy Name
Fear of the Dark
Iron Maiden

Bis:

The Number of the Beast
Blood Brothers

Wasted Years