Iron Maiden se apresentou no Allianz Arena, em São Paulo, com as bandas de abertura Anthrax e The Raven Age
Impressionante como a ansiedade consegue fazer com que
você mal consegue avaliar as bandas de abertura de bandas tão aguardadas como o
Iron Maiden. Não interessava ali quem abriria o show, desde que o show do Iron
Maiden acontecesse. A recepção para as bandas de abertura foi muito boa.
Começando pelo The Rave Age. A banda de
George Harris, filho mais velho do baixista Steve Harris, entrou em cena.
Fundada em 2009, o grupo The Raven Age começou a ter vida própria com a chegada
do baixista Matt Coxx em 2012, posteriormente com a chegada do vocalista
Michael Burrough e do baterista Jai Patel, ficando completa a formação com o
guitarrista Dan Wright, que também é co-fundador da banda. A banda básicamente
tocou cinco músicas se despedindo do público ansioso para que a próxima banda,
o grandioso Anthrax se apresentasse rápidamente. Já com o estádio mais cheio,
os moshers do Anthrax foram a outra atração escalada para aquecer o público. E
seguraram as pontas como qualquer banda grande o faria. Fazendo arranjos que
homenageavam o Iron Maiden em suas próprias músicas, a banda teve o público em
suas mãos com os grandes clássicos do thrash como “Caught in a Mosh”, “Got the
Time” e “Antisocial”, as seguidinhas favoritas para os moshers de plantão.
Rodas óbviamente foram abertas em homenagem ao grande Anthrax que recém lançou
o álbum “For All Kings” (2016) e também aproveitou o momento único para
executar duas canções desse novo disco: “Evil Twin” e “Breathing Lightning”. Uma
pena que o show do Anthrax tenha sido tão curto, pois o grupo americano
referência no estilo Thrash Metal foi impecável na noite de sábado. Mesmo com
um set enxuto, a banda mostrou toda sua força e trouxe para enaltecer ainda
mais a grande história do estilo o guitarrista do Sepultura - Andreas
Kisser que adicionou seus dedilhados ao
grande clássico “Indians”, com direito a trecho de “Refuse/Resist”, para o delírio
dos fãs do Sepultura que ali estavam. Fiquei também bastante impressionado com
o desempenho do baterista Jon Dette, improvisado rapidamente para substituir
Charlie Benante nas baquetas que por motivos judiciais foi impedido de viajar
com a banda. Foi de tirar o chapéu!
Chegara a vez da Donzela de Ferro se apresentar. Até o
clima no estádio Allianz Parque havia mudado. Ao apagar as luzes, o palco tomava
a forma de um templo mítico que fazia homenagem á
Templos primitivos como os
Maias/Astecas/Incas.
No telão, via-se o avião Ed Force One sendo arremessado
pelas mãos de Eddie para o Brasil. Assim começa o show, com Bruce Dickinson
começando a cantar If Eternity Should Fail com mãos estendidas para uma espécie
de fonte e a banda que inclui Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith, Nick
McBrain e Janick Gers entram em cena logo depois para complementar a grande performance
do vocalista. A banda que veio para o Brasil divulgar o novo álbum The Books of
Souls, focou em seu novo lançamento. Criticado por alguns e absurdamente
elogiado por outros, The Book of Souls dividiu opiniões mas no final, fãs da
Donzela de Ferro são obcecados e piram em cada movimento que cada integrante
faz no palco. Labaredas de fogo que saíam do chão e das colunas do templo
anunciavam Speed of Light (The Book of Souls, 2015) o carro chefe do álbum
novo. Empolgante e com um riff viciante, Adrian Smith, Dave Murray e Janick
Gers mostravam ao público toda a sua habilidade nas cinco cordas. Janick Gers
era o mais descontraído no palco, como sempre – corria de um lado para o outro
com seu instrumento e mostrava sua elasticidade de suas pernas apoiando-as em
um alto falante bem alto, enquanto dedilhava sua guitarra. Era a vez do primeiro clássico da noite com Children of the Damned do álbum The Number of the Beast (1982) – mostrando pela primeira vez no show o grande potencial de canto do estádio. Que incrível ouvir tantas vozes cantarem juntas um dos maiores clássicos do Iron Maiden! A banda continuou seu set com Tears of a Clown, do álbum novo The Book of Souls (2015), uma das faixas mais incríveis do álbum novo! Com sua pegada típica anos 80, Tears of a Clown é uma grande homenagem ao ator Robin Wiliams (63 anos) que se suicidou ano passado e conforme alguns veículos de imprensa é a favorita do Bruce Dickinson deste álbum novo. A banda emenda logo com The Red and the Black, a música mais longa do The Book of Souls (2015).
Mas com The Trooper é
que a banda realmente trouxe a casa abaixo. Com Bruce Dickinson vestido de
soldado inglês e agitando um bandeirão com a bandeira inglesa, a banda traz o
clássico do Piece of Mind (1983) para o estádio. Mas o ponto alto ainda estava
por vir quando o boneco Eddie entrou no palco no meio da música! Eddie ainda
teve seu coração arrancado de seu corpo e este foi atirado no público pelo
vocalista. Com o público ainda se recuperando do clássico, logo os ingleses
mandam Powerslave, do álbum Powerslave (1984) – com direito a Bruce Dickinson
entrando com uma máscara de Luta Livre mexicana. Não me perguntem como o cara
cantou com aquilo na cara, mas mesmo assim, ficou incrível. Com Death or Glory
a banda continuou tocando músicas do álbum The Book of Souls (2015) e emendaram
com outra do álbum, a música título The Book of Souls, que teve direito ao
surgimento de uma cabeça do Eddie de pelo menos três metros de altura.
Impressionante que com 36 anos de carreira, que os músicos continuam assim com
tanto pique no palco. Nicko McBrain não parava em minuto algum para descansar
mesmo com 63 anos nas costas. Respeito. Com um clima sombrio, era a vez de
Hallowed Be Thy Name, que mostrou Bruce Dickinson com uma corda no pescoço – impressionante
que a esta altura do show, Bruce já havia trocado pelo menos quatro vezes de
roupa durante o show. Os solos certeiros de Dave Murray compartilhados com
Adrian Smith eram simplesmente muito bem ensaiados – impressionante a grande
sintonia entre estes grandes guitarristas.
Sem contar claro com a grande
responsabilidade de Janick Gers de manter a base da música junto com o
grandioso Steve Harris no baixo. Com Fear of the Dark, do grandioso álbum Fear
of the Dark (1992) o estádio veio abaixo com luzes iluminando o estádio todo
com direito á cantoria generalizada! A banda termina seu show com a grandiosa
Iron Maiden, do álbum Iron Maiden (1980). Mas a banda não demoraria muito para
voltar ao palco com a grandiosa The Number of the Beast do álbum The Number of
the Beast (1982). Logo depois Bruce Dickinson faz uma homenagem aos fãs em São
Paulo dizendo que a cidade é a mais Metal do Mundo e que todos nós somos irmãos
de sangue, introduzindo Blood Brothers do álbum Brave New World (2000) e a
banda encerra seu show com um dos grandes clássicos e o riff mais importante
que Adrian Smith já compôs em sua longa carreira – Wasted Years do álbum
Somewhere in Time (1986) – que maneira épica de encerrar um show. Sim, é neste
momento que preciso citar a própria música, estamos vivendo sim os anos
dourados, os anos em que testemunhamos a existência da grandiosa Donzela de
Ferro e que nós possamos testemunhar sua passagem por terra tupiniquins por
muito e muito tempo!
Agradecimentos a Denise Catto (Midiorama) pela atenção e
credenciamento
Fotos: Flávio Hopp
Banda Anthrax :
Scott Ian - guitarra
Jon Dette - bateria
Frank Bello - baixo
Joey Belladonna - vocal
Jonathan Donais - guitarra
Set List Anthrax:
Caught in a Mosh
Got the Time (cover Joe Jackson)
Antisocial (cover Trust)
Fight 'Em 'Til You Can't
Evil Twin
Medusa
Breathing Lightning
Indians
Banda Iron Maiden:
Steve Harris – baixo
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Bruce Dickinson – vocal
Nicko McBrain – bateria
Janick Gers – guitarra
Set List Iron Maiden:
If Eternity Should Fail
Speed of Light
Children of the Damned
Tears of a Clown
The Red and the Black
The Trooper
Powerslave
Death or Glory
The Book of Souls
Hallowed Be Thy Name
Fear of the Dark
Iron Maiden
Bis:
The Number of the Beast
Blood Brothers
Wasted Years
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