sexta-feira, abril 08, 2016

Iron Maiden veio ao Brasil divulgar o multiplatinado The Book of Souls

Iron Maiden se apresentou no Allianz Arena, em São Paulo, com as bandas de abertura Anthrax e The Raven Age

Impressionante como a ansiedade consegue fazer com que você mal consegue avaliar as bandas de abertura de bandas tão aguardadas como o Iron Maiden. Não interessava ali quem abriria o show, desde que o show do Iron Maiden acontecesse. A recepção para as bandas de abertura foi muito boa. Começando pelo The Rave Age.  A banda de George Harris, filho mais velho do baixista Steve Harris, entrou em cena. Fundada em 2009, o grupo The Raven Age começou a ter vida própria com a chegada do baixista Matt Coxx em 2012, posteriormente com a chegada do vocalista Michael Burrough e do baterista Jai Patel, ficando completa a formação com o guitarrista Dan Wright, que também é co-fundador da banda. A banda básicamente tocou cinco músicas se despedindo do público ansioso para que a próxima banda, o grandioso Anthrax se apresentasse rápidamente. Já com o estádio mais cheio, os moshers do Anthrax foram a outra atração escalada para aquecer o público. E seguraram as pontas como qualquer banda grande o faria. Fazendo arranjos que homenageavam o Iron Maiden em suas próprias músicas, a banda teve o público em suas mãos com os grandes clássicos do thrash como “Caught in a Mosh”, “Got the Time” e “Antisocial”, as seguidinhas favoritas para os moshers de plantão. Rodas óbviamente foram abertas em homenagem ao grande Anthrax que recém lançou o álbum “For All Kings” (2016) e também aproveitou o momento único para executar duas canções desse novo disco: “Evil Twin” e “Breathing Lightning”. Uma pena que o show do Anthrax tenha sido tão curto, pois o grupo americano referência no estilo Thrash Metal foi impecável na noite de sábado. Mesmo com um set enxuto, a banda mostrou toda sua força e trouxe para enaltecer ainda mais a grande história do estilo o guitarrista do Sepultura - Andreas Kisser  que adicionou seus dedilhados ao grande clássico “Indians”, com direito a trecho de “Refuse/Resist”, para o delírio dos fãs do Sepultura que ali estavam. Fiquei também bastante impressionado com o desempenho do baterista Jon Dette, improvisado rapidamente para substituir Charlie Benante nas baquetas que por motivos judiciais foi impedido de viajar com a banda. Foi de tirar o chapéu!
Chegara a vez da Donzela de Ferro se apresentar. Até o clima no estádio Allianz Parque havia mudado. Ao apagar as luzes, o palco tomava a forma de um templo mítico que fazia homenagem á
Templos primitivos como os Maias/Astecas/Incas.
No telão, via-se o avião Ed Force One sendo arremessado pelas mãos de Eddie para o Brasil. Assim começa o show, com Bruce Dickinson começando a cantar If Eternity Should Fail com mãos estendidas para uma espécie de fonte e a banda que inclui Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith, Nick McBrain e Janick Gers entram em cena logo depois para complementar a grande performance do vocalista. A banda que veio para o Brasil divulgar o novo álbum The Books of Souls, focou em seu novo lançamento. Criticado por alguns e absurdamente elogiado por outros, The Book of Souls dividiu opiniões mas no final, fãs da Donzela de Ferro são obcecados e piram em cada movimento que cada integrante faz no palco. Labaredas de fogo que saíam do chão e das colunas do templo anunciavam Speed of Light (The Book of Souls, 2015) o carro chefe do álbum novo. Empolgante e com um riff viciante, Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers mostravam ao público toda a sua habilidade nas cinco cordas. Janick Gers era o mais descontraído no palco, como sempre – corria de um lado para o outro com seu instrumento e mostrava sua elasticidade de suas pernas apoiando-as em um alto falante bem alto, enquanto dedilhava sua guitarra.
Era a vez do primeiro clássico da noite com Children of the Damned do álbum The Number of the Beast (1982) – mostrando pela primeira vez no show o grande potencial de canto do estádio. Que incrível ouvir tantas vozes cantarem juntas um dos maiores clássicos do Iron Maiden!  A banda continuou seu set com Tears of a Clown, do álbum novo The Book of Souls (2015), uma das faixas mais incríveis do álbum novo! Com sua pegada típica anos 80, Tears of a Clown é uma grande homenagem ao ator Robin Wiliams (63 anos) que se suicidou ano passado e conforme alguns veículos de imprensa é a favorita do Bruce Dickinson deste álbum novo. A banda emenda logo com The Red and the Black, a música mais longa do The Book of Souls (2015).

Mas com The Trooper é que a banda realmente trouxe a casa abaixo. Com Bruce Dickinson vestido de soldado inglês e agitando um bandeirão com a bandeira inglesa, a banda traz o clássico do Piece of Mind (1983) para o estádio. Mas o ponto alto ainda estava por vir quando o boneco Eddie entrou no palco no meio da música! Eddie ainda teve seu coração arrancado de seu corpo e este foi atirado no público pelo vocalista. Com o público ainda se recuperando do clássico, logo os ingleses mandam Powerslave, do álbum Powerslave (1984) – com direito a Bruce Dickinson entrando com uma máscara de Luta Livre mexicana. Não me perguntem como o cara cantou com aquilo na cara, mas mesmo assim, ficou incrível. Com Death or Glory a banda continuou tocando músicas do álbum The Book of Souls (2015) e emendaram com outra do álbum, a música título The Book of Souls, que teve direito ao surgimento de uma cabeça do Eddie de pelo menos três metros de altura. Impressionante que com 36 anos de carreira, que os músicos continuam assim com tanto pique no palco. Nicko McBrain não parava em minuto algum para descansar mesmo com 63 anos nas costas. Respeito. Com um clima sombrio, era a vez de Hallowed Be Thy Name, que mostrou Bruce Dickinson com uma corda no pescoço – impressionante que a esta altura do show, Bruce já havia trocado pelo menos quatro vezes de roupa durante o show. Os solos certeiros de Dave Murray compartilhados com Adrian Smith eram simplesmente muito bem ensaiados – impressionante a grande sintonia entre estes grandes guitarristas.
Sem contar claro com a grande responsabilidade de Janick Gers de manter a base da música junto com o grandioso Steve Harris no baixo. Com Fear of the Dark, do grandioso álbum Fear of the Dark (1992) o estádio veio abaixo com luzes iluminando o estádio todo com direito á cantoria generalizada! A banda termina seu show com a grandiosa Iron Maiden, do álbum Iron Maiden (1980). Mas a banda não demoraria muito para voltar ao palco com a grandiosa The Number of the Beast do álbum The Number of the Beast (1982). Logo depois Bruce Dickinson faz uma homenagem aos fãs em São Paulo dizendo que a cidade é a mais Metal do Mundo e que todos nós somos irmãos de sangue, introduzindo Blood Brothers do álbum Brave New World (2000) e a banda encerra seu show com um dos grandes clássicos e o riff mais importante que Adrian Smith já compôs em sua longa carreira – Wasted Years do álbum Somewhere in Time (1986) – que maneira épica de encerrar um show. Sim, é neste momento que preciso citar a própria música, estamos vivendo sim os anos dourados, os anos em que testemunhamos a existência da grandiosa Donzela de Ferro e que nós possamos testemunhar sua passagem por terra tupiniquins por muito e muito tempo!


Agradecimentos a Denise Catto (Midiorama) pela atenção e credenciamento

Fotos: Flávio Hopp

Banda Anthrax :

Scott Ian - guitarra
Jon Dette - bateria
Frank Bello - baixo
Joey Belladonna - vocal
Jonathan Donais - guitarra

Set List Anthrax:

Caught in a Mosh
Got the Time (cover Joe Jackson)
Antisocial (cover Trust)
Fight 'Em 'Til You Can't
Evil Twin
Medusa
Breathing Lightning
Indians

Banda Iron Maiden:

Steve Harris – baixo
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra
Bruce Dickinson – vocal
Nicko McBrain – bateria
Janick Gers – guitarra


Set List Iron Maiden:

If Eternity Should Fail
Speed of Light
Children of the Damned
Tears of a Clown
The Red and the Black
The Trooper
Powerslave
Death or Glory
The Book of Souls
Hallowed Be Thy Name
Fear of the Dark
Iron Maiden

Bis:

The Number of the Beast
Blood Brothers

Wasted Years

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