sexta-feira, abril 27, 2007

25.04// Testament - Via Funchal, São Paulo


A já conhecida banda de São Paulo Scars ficou com a difícil tarefa de esquentar o público para a segnda apresentação do Testament no Brasil em 18 anos. Ainda promovendo o álbum The Nether Hell os paulistas fizeram um show que agradou aqueles já estavam lá na frente. Acho que fo a primeira vez que o Scars, como banda de abertura, se apresentou sem que problemas técnicos com o som os atormentasse. Com a conclusão do show do Scars, que durou quase uma hora, o público entrava em euforia com cada movimento dos técnicos em cima do palco. A empolgação era geral. Ás 23:30 aproximadamene o Testament inicia o show com a exceletne The Preacher. Com um Chuck Billy acima do peso mas muito carismático, ele se movimentava para os dois cantos do palco para saudar seus fãs. O restante da formação, composta por Eric Peterson (g.); Greg Christian (b.); Alex Skolnik (g.) e Nick Barker (d.), no momento se concentrava demais em não errar um acorde sequer – objetivo alcançado com louvor. A banda emendou logo com The New Order sem dar tempo para respirar. A banda estava bem entrosada no palco com Peterson e Skolnik apoiando as costas um ao outro para fazer pose para as fotos. A banda não demorou para continuar seu longo set com The Haunting, música do álbum “The Legacy” – Nick Barker (ex-Dimmu Borgir, ex-Cradle Of Filth – mf.) mandava muito bem na bateria. Concentrado pacas ele não se comunicou muito com o público – pelo menos não nas cinco primeiras músicas. Os riffs sensacionais para ‘Electric Crown’ do álbum “The Ritual” fizeram com que Alex Skolnik, que ficava o tempo todo do lado esquerdo do palco, procurasse Greg para uma parceria baixo/guitarra. Impressionante como Christian consegue tocar músicas do Testament em pizzicatto – destaque para a faixa ‘Sins Of Omission’ um dos grandes clássicos do álbum “Practice What You Preach” onde o os guitarristas deram um show de performance. A banda continuou com muita empolgação tocando ‘D.N.R.’, ‘Three Days In Darkness’ e ‘Trial By Fire’. Neste determinado momento Chuck Billy pergunta ao público se nós continuamos “praticando o que pregamos” introduzindo um dos grandes clássicos da banda, ‘Practice What You Preach’. Chuck Billi passa o microfone para Greg que introduz a fantástica Souls Of Black, onde a introdução é composta por um solo de baixo praticamente. Impressionante. O set-list continuou com ‘The Legacy’, a fantástica ‘Into The Pit’ – esta que abriu uma das maiores rodas dentro do Via Funchal completando com ‘Over The Wall’ e ‘Alone In The Dark’. Nick Barker ainda recebeu aplausos de feliz aniversário após o público ser informado e em inglês. Foi engraçado ver Nick Barker misturar destilado em fermentado em cima do palco e ainda por cima receber um banho de cerveja. A banda antes de deixar o palco tocou a pesada ‘Disciples Of The Watch’ e ‘Burnt Offerings’. Um show em que Chuck Billy demonstrou-se um ótimo frontman e fez as pazes com os fãs brasileiros. Para concluir Chuck ainda gritou “Heavy Metal Forever!” recebendo assim um caloroso Yeah! do público. Um ótimo show, provando que, apesar de milhares de controvérsias, o Testament voltou e voltou com sede de heavy metal! O que mais um fã poderia desejar? [MF]

terça-feira, abril 24, 2007

21.04 // Evanescence - Palestra Itália, SP

Um público interessante preenchia o Palestra Itália. Pais que retiraram suas jaquetas velhas de quando eram motoqueiros, acompanhavam seus filhos e filhas com as respectivas esposas para dentro do estádio. Com camisetas do Evanescence, via-se mais alegria na face dos pais do que nos filhos. Os filhos preocupavam-se muito em ajustar as câmeras, as filmadoras e discutiam se o celular podia de certa forma fotografar direito no escuro. As preparações para o grande show do Evanescence eram muitas. Também, esperando 12 dias na fila num acampamento para pode entrar no estádio nada podia dar errado. As bandas de abertura já estavam enchendo a paciência do público. Também, se você não consegue dormir direito por 12 dias, o que você faria? A banda Luxúria, vindos de Jacareí, interior de São Paulo, demonstrou-se confiante e segura no palco. Fazendo uma ótima apresentação nos moldes requisitados pela MTV a banda abusou do charme da vocalista Meg. A frontwoman possui uma linda voz e chamou a atenção pelos seus gestos ousados no palco. A banda, que praticamente mudou sua formação inteira, fez um show muito bom. Por alguns instantes percebia um agito das arquibancadas com as músicas como a agitada ‘Dura Feito Aço’, ‘Ódio’, ‘Cinderela Compulsiva’, ‘Imperecível’, ‘Fechar Os Olhos’ (esta parecia muito mais ‘For Those About To Rock’ do AC/DC – mf.) e ‘Artifício Mágico’ – a pista estava imóvel, morta. A banda seguinte, os uruguaios do Silicon Fly, não foi recebida com muita alegria também. Desconhecidos, sem sucessos, a banda demonstrou insegurança com um som artificial e comercial no estilo Good Charlotte cantado em inglês. O público impaciente já não agüentava mais. Quando o carismático vocalista Guilhermo Savoi perguntou se alguém queria mais e recebeu um alto “NÃO” em retorno – não que isto os impedisse de continuar. No momento em que Evanescence entrou em ação, as cortinas se abriram e a banda entrou junta entoando a música ‘Sweet Sacrifice’ do álbum novo “The Open Door” - o público gritava em êxtase. Potência esta que não foi acompanhada pela guitarra principal, que ficou fora do ar por cinco músicas para desespero do guitarrista Terry Balsamo que não parava quieto. O guitarrista trocou de guitarra umas quatro vezes durante a performance da banda. Se bem que o público não estava nem aí... Um público preocupado em tirar fotos e filmar todo o evento não conseguia ao mesmo tempo agitar ou bater palmas. Em um dado momento balões brancos surgiram do nada – esta talvez única reação do público. Preocupante era a falta de noção do público que ficava pressionando o pessoal na grade. Havia espaço de sobra, tanto que Amy Lee parou o show para pedir para que o público desse três passos para trás, o que obviamente não foi feito pela grande maioria lá na frente que jurava entender tudo que ela falava. O que mais me impressionava a cada música era que o público não ligava para o Evanescence e sim para Amy Lee. Ela se esforçava em incluir a banda no meio do show, indo para trás agitar com o resto do grupo, sem muito sucesso. O vestido de cor fúcsia enaltecia ainda mais a impressão de que ela é o ponto principal num pano de fundo branco e preto. Momentos bonitos com Amy Lee tocando piano sozinha e sua bonita voz faz com que a banda não tenha muito destaque ficando levemente desfalcada. Os oriundos de Arkansas tocaram músicas do primeiro álbum “Fallen” como ‘Going Under’, ‘Haunted’, ‘Tourniquet’, ‘Imaginary’, ‘Bring Me To Life’ – a que consagrou a banda no filme Demolidor e ‘Whisper’. Músicas do segundo álbum ‘The Open Door’ também foram cantadas em unissono pelo publico como ‘Weight Of The World’, ‘The Only One’, ‘Lithium’, ‘Good Enough’, Call Me When You’re Sober’, ‘All That I’m Living For’ e a ‘Lacrymosa’ que ficou igual ao álbum incluindo até o sampler da seqüência para o requiem “Dies Irae” de Mozart. A banda deixou o palco após o bis tocando ‘My Immortal’ – cantado por todos no estádio e ‘Your Star’. Acho que apesar da banda parecer artificial e produzida demais para o meu gosto, ela surtiu o efeito necessário para deixar seus fãs contentes e satisfeitos - em alguns casos extremos até chorando de tanta alegria no final. Um show que ficará na memória dos fãs e só. [MF]

quarta-feira, abril 18, 2007

14.04 // Bad Religion - Credicard Hall, São Paulo

Fantástico! Uma palavra resume não apenas a performance de uma das bandas mais carismáticas da Califórnia, como também todo o ideal subversivo que ela representa. Com um pano imenso de fundo retratou uma pessoa com uma televisão no lugar da cabeça tudo em preto, vermelho e branco – obviamente com o nome da banda logo acima da figura. Os californianos já começaram muito bem com o clássico “American Jesus” - o público nem teve muito tempo para respirar. Impressionante como a banda está em forma com praticamente 27 anos de estrada nas costas. A banda, formada por Greg Graffin (v); Brett Gurewitz (g.); Jay Bentley (b.), os três da formação original; mais Greg Hetson, Brian Baker (g.) e Brooks Wackerman (d.) mandaram muito bem continuando com “I Want To Conquer The World” do álbum No Control – o Credicard Hall neste instante vai abaixo com uma enorme roda bem na frente do palco. Hits continuam sendo interpretados com perfeição como a “Let Them Eat War” do álbum mais recente The Empire Strikes Back e a cantada em uníssono “21st Century (Digital Boy)” do álbum Stranger Than Fiction. O público abria rodas, cantava junto e demonstrava uma paixão completamente única pela banda a cada música tocada. Os guitarristas sorriam e agitavam junto com o público. Greg, vocalista da banda, se concentrava em comentar com o público como o Brasil, São Paulo especificamente dito, é o segundo melhor lugar para se tocar no Mundo depois de sua cidade natal, em Los Angeles; Califórnia. Músicas rápidas intercaladas com lentas para dar ao público um certo descanso também foram tocadas. Logo depois das excelentes “You”, “The Defense” e “Anesthesia” tocaram uma menos rápida, mas tão famosa quanto as outras – “Infected” do álbum Stranger Than Fiction e também música que está também no jogo Guitar Hero I para Playstation 2. Sem muitas demoras continuaram tocando músicas como “Supersonic” do álbum Process Of Belief, “Prove It”, “Can’t Stop It”, “Sanity”, “No Control” – esta muito pedida pelo público – e “Epiphany”. “Los Angeles Is Burning” também foi introduzida com uma decalração de Greg comparando os nossos Jacarandás com os de sua cidade natal. Ele não gostaria de vê-los queimando por aqui e mandou o governo Bush para o inferno. O sexteto continuou o set com “Struck A Nerve”, “Suffer” e “Recipe For Hate” deixando o palco logo depois. A banda voltou para o bis com a versão Tested para Generator e uma música nova – “Heroes and Martyrs” do álbum New Maps Of Hell, com previsão de lançamento para Julho deste ano pela Epitaph Records, selo do guitarrista da banda. Antes de deixar o palco rapidamente, a banda ainda tocou “---- Armageddon... This Is Hell” do primeiro album How Could Hell Be Any Worse?, “Along The Way” e “Sorrow”. Um show emocionante que mais uma vez mostrou a performance de uma das bandas mais representativas do punk rock do sul da California!

terça-feira, abril 03, 2007

30.03 // Pennywise - São Paulo, Credicard Hall

Um Credicard Hall muito vazio e uma expectativa do show ser um fiasco por causa disto era a minha preocupação. Pior ainda para aqueles que receberam a difícil missão de esquentar o público, a banda de São Paulo - Inocentes. Com a formação intacta e sempre fazendo shows em São Paulo, a banda composta por Clemente (v, g); Ronaldo (g); Fred (d) e Anselmo (b) me pareceu muito confiante e não parecia se incomodar com a casa vazia. Fizeram um show destruidor e praticamente particular tocando clássicos do punk rock como “Pânico em SP”, “Cala a Boca”, “A Cidade Não Pára”, “Intolerância” e ainda mandaram uma cover muito bem feita para “I Fought The Law” do The Clash. Destaque para um Clemente agitado e muito bem humorado que com razão gritou para o público dizer não ao neonazismo. Infelizmente há sempre pessoas com uma mentalidade de esquilo dentro do público que prefere apoiar este tipo de idéia – nunca imaginei que um público tão misturado poderia ser ainda preconceituoso. Enfim, um show muito bom e que agitou muito os poucos que ali estavam. Com uma demora significativa, era a vez do Pennywise subir ao palco para divulgar seu novo álbum o The Fuse. Deste álbum a banda vinda de Hermosa Beach, Califórnia, pareceu não tocar absolutamente nenhuma música. A preocupação do quarteto era tocar as músicas antigas para o público presente. Com a casa já bem mais cheia, o pessoal parecia ainda estar chegando para assistir ao show. Com o surgimento das rodas a casa pareceu até pequena. A banda começou com “Wouldn’t It Be Nice”. O interessante é que a banda depois continuou tocando músicas do álbum Pennywise, About Time e Full Circle. O público não parecia muito preocupado com isto – este que criava rodas imensas e agitavam feito loucos. A banda, formada por Jim Lindberg (v); Fletcher Dragge (g), Byron McMackin (d) e Randy Bradbury (b) tocou músicas como "Rules", "Can't Believe It", "My Own Country", "Fight 'Till You Die", "Straight Ahead", "Peaceful Day" e "---- Authority" e ainda acrescentaram uma cover fantástica – “Blitzkrieg Bop” do Ramones. São nestes momentos que você entende por que o Ramones faz tanta falta hoje em dia. A crítica normalmente não é muito boa quando bandas da Califórnia tocam Ramones, mas tudo bem – vamos continuar com o show. Continuaram tocando “Pennywise”, “Society” com a técnica e aquele feeling que também pode ser encontrado no álbum da banda. Com uma iluminação que prejudicava os fotógrafos, a banda continuou tocando “Every Single Day”, “Same Old Story”, “Broken”, “Alien” e sem esquecer a agitadíssima “Bro Hymn” versão extendida do álbum Full Circle. O engraçado foi a banda criticando os contorladores de vôo, dizendo que teriam que ficar mais três meses aqui no Brasil tocando para a gente. Muitos do público nem entenderam o que os californianos disseram. Ao sair do show e comentar o show com os fãs, estes me disseram que este foi bem pior que em 2004 quando eles vieram da última vez. Há sempre músicas que acabam ficando de fora como a famosa “Homesick” o que fez com que alguns ficassem meio que desapontados. Entretanto fico feliz em ver bandas como esta que recebeu o nome do palhaço assassino de Stephen King se dar tão bem musicalmente e ainda poder tocar o punk rock que fez bandas como o Dead Kennedys se consagrarem. Bravo! [MF]