terça-feira, abril 03, 2007

30.03 // Pennywise - São Paulo, Credicard Hall

Um Credicard Hall muito vazio e uma expectativa do show ser um fiasco por causa disto era a minha preocupação. Pior ainda para aqueles que receberam a difícil missão de esquentar o público, a banda de São Paulo - Inocentes. Com a formação intacta e sempre fazendo shows em São Paulo, a banda composta por Clemente (v, g); Ronaldo (g); Fred (d) e Anselmo (b) me pareceu muito confiante e não parecia se incomodar com a casa vazia. Fizeram um show destruidor e praticamente particular tocando clássicos do punk rock como “Pânico em SP”, “Cala a Boca”, “A Cidade Não Pára”, “Intolerância” e ainda mandaram uma cover muito bem feita para “I Fought The Law” do The Clash. Destaque para um Clemente agitado e muito bem humorado que com razão gritou para o público dizer não ao neonazismo. Infelizmente há sempre pessoas com uma mentalidade de esquilo dentro do público que prefere apoiar este tipo de idéia – nunca imaginei que um público tão misturado poderia ser ainda preconceituoso. Enfim, um show muito bom e que agitou muito os poucos que ali estavam. Com uma demora significativa, era a vez do Pennywise subir ao palco para divulgar seu novo álbum o The Fuse. Deste álbum a banda vinda de Hermosa Beach, Califórnia, pareceu não tocar absolutamente nenhuma música. A preocupação do quarteto era tocar as músicas antigas para o público presente. Com a casa já bem mais cheia, o pessoal parecia ainda estar chegando para assistir ao show. Com o surgimento das rodas a casa pareceu até pequena. A banda começou com “Wouldn’t It Be Nice”. O interessante é que a banda depois continuou tocando músicas do álbum Pennywise, About Time e Full Circle. O público não parecia muito preocupado com isto – este que criava rodas imensas e agitavam feito loucos. A banda, formada por Jim Lindberg (v); Fletcher Dragge (g), Byron McMackin (d) e Randy Bradbury (b) tocou músicas como "Rules", "Can't Believe It", "My Own Country", "Fight 'Till You Die", "Straight Ahead", "Peaceful Day" e "---- Authority" e ainda acrescentaram uma cover fantástica – “Blitzkrieg Bop” do Ramones. São nestes momentos que você entende por que o Ramones faz tanta falta hoje em dia. A crítica normalmente não é muito boa quando bandas da Califórnia tocam Ramones, mas tudo bem – vamos continuar com o show. Continuaram tocando “Pennywise”, “Society” com a técnica e aquele feeling que também pode ser encontrado no álbum da banda. Com uma iluminação que prejudicava os fotógrafos, a banda continuou tocando “Every Single Day”, “Same Old Story”, “Broken”, “Alien” e sem esquecer a agitadíssima “Bro Hymn” versão extendida do álbum Full Circle. O engraçado foi a banda criticando os contorladores de vôo, dizendo que teriam que ficar mais três meses aqui no Brasil tocando para a gente. Muitos do público nem entenderam o que os californianos disseram. Ao sair do show e comentar o show com os fãs, estes me disseram que este foi bem pior que em 2004 quando eles vieram da última vez. Há sempre músicas que acabam ficando de fora como a famosa “Homesick” o que fez com que alguns ficassem meio que desapontados. Entretanto fico feliz em ver bandas como esta que recebeu o nome do palhaço assassino de Stephen King se dar tão bem musicalmente e ainda poder tocar o punk rock que fez bandas como o Dead Kennedys se consagrarem. Bravo! [MF]

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