terça-feira, abril 24, 2007

21.04 // Evanescence - Palestra Itália, SP

Um público interessante preenchia o Palestra Itália. Pais que retiraram suas jaquetas velhas de quando eram motoqueiros, acompanhavam seus filhos e filhas com as respectivas esposas para dentro do estádio. Com camisetas do Evanescence, via-se mais alegria na face dos pais do que nos filhos. Os filhos preocupavam-se muito em ajustar as câmeras, as filmadoras e discutiam se o celular podia de certa forma fotografar direito no escuro. As preparações para o grande show do Evanescence eram muitas. Também, esperando 12 dias na fila num acampamento para pode entrar no estádio nada podia dar errado. As bandas de abertura já estavam enchendo a paciência do público. Também, se você não consegue dormir direito por 12 dias, o que você faria? A banda Luxúria, vindos de Jacareí, interior de São Paulo, demonstrou-se confiante e segura no palco. Fazendo uma ótima apresentação nos moldes requisitados pela MTV a banda abusou do charme da vocalista Meg. A frontwoman possui uma linda voz e chamou a atenção pelos seus gestos ousados no palco. A banda, que praticamente mudou sua formação inteira, fez um show muito bom. Por alguns instantes percebia um agito das arquibancadas com as músicas como a agitada ‘Dura Feito Aço’, ‘Ódio’, ‘Cinderela Compulsiva’, ‘Imperecível’, ‘Fechar Os Olhos’ (esta parecia muito mais ‘For Those About To Rock’ do AC/DC – mf.) e ‘Artifício Mágico’ – a pista estava imóvel, morta. A banda seguinte, os uruguaios do Silicon Fly, não foi recebida com muita alegria também. Desconhecidos, sem sucessos, a banda demonstrou insegurança com um som artificial e comercial no estilo Good Charlotte cantado em inglês. O público impaciente já não agüentava mais. Quando o carismático vocalista Guilhermo Savoi perguntou se alguém queria mais e recebeu um alto “NÃO” em retorno – não que isto os impedisse de continuar. No momento em que Evanescence entrou em ação, as cortinas se abriram e a banda entrou junta entoando a música ‘Sweet Sacrifice’ do álbum novo “The Open Door” - o público gritava em êxtase. Potência esta que não foi acompanhada pela guitarra principal, que ficou fora do ar por cinco músicas para desespero do guitarrista Terry Balsamo que não parava quieto. O guitarrista trocou de guitarra umas quatro vezes durante a performance da banda. Se bem que o público não estava nem aí... Um público preocupado em tirar fotos e filmar todo o evento não conseguia ao mesmo tempo agitar ou bater palmas. Em um dado momento balões brancos surgiram do nada – esta talvez única reação do público. Preocupante era a falta de noção do público que ficava pressionando o pessoal na grade. Havia espaço de sobra, tanto que Amy Lee parou o show para pedir para que o público desse três passos para trás, o que obviamente não foi feito pela grande maioria lá na frente que jurava entender tudo que ela falava. O que mais me impressionava a cada música era que o público não ligava para o Evanescence e sim para Amy Lee. Ela se esforçava em incluir a banda no meio do show, indo para trás agitar com o resto do grupo, sem muito sucesso. O vestido de cor fúcsia enaltecia ainda mais a impressão de que ela é o ponto principal num pano de fundo branco e preto. Momentos bonitos com Amy Lee tocando piano sozinha e sua bonita voz faz com que a banda não tenha muito destaque ficando levemente desfalcada. Os oriundos de Arkansas tocaram músicas do primeiro álbum “Fallen” como ‘Going Under’, ‘Haunted’, ‘Tourniquet’, ‘Imaginary’, ‘Bring Me To Life’ – a que consagrou a banda no filme Demolidor e ‘Whisper’. Músicas do segundo álbum ‘The Open Door’ também foram cantadas em unissono pelo publico como ‘Weight Of The World’, ‘The Only One’, ‘Lithium’, ‘Good Enough’, Call Me When You’re Sober’, ‘All That I’m Living For’ e a ‘Lacrymosa’ que ficou igual ao álbum incluindo até o sampler da seqüência para o requiem “Dies Irae” de Mozart. A banda deixou o palco após o bis tocando ‘My Immortal’ – cantado por todos no estádio e ‘Your Star’. Acho que apesar da banda parecer artificial e produzida demais para o meu gosto, ela surtiu o efeito necessário para deixar seus fãs contentes e satisfeitos - em alguns casos extremos até chorando de tanta alegria no final. Um show que ficará na memória dos fãs e só. [MF]

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