Exodus se apresenta sem guitarrista Gary Holt, mas compensa o público com a grande presença de palco de Steve Zetro Souza e grande performance do baterista Tom Hunting da formação clássica da banda
A introdução para a primeira noite de violência do ano no
Carioca Club ficou á cargo das paulistanas do Sinaya, que estão em estúdio para
a gravação de seu primeiro álbum. A banda apenas lançou um EP chamado “Obscure
Raids” em 2013. O quarteto composto apenas por garotas formado por Mylena
Monaco (vocal/guitarra), Renata Petrelli (guitarra), Camila Toledo (baixo) e
Aline Dutchi (bateria) tomaram a responsabilidade para elas, aquecer um público
sedento por música. O Death Metal com pitadas Thrash “Old School” foi
prejudicado e muito pelo mal ajuste dos equipamentos. Não sei ao certo quem
poderia ser responsabilizado por isto, mas a banda saiu prejudicada e muito.
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Mylena Monaco : Sinaya |
Uma pena pois Mylena possui um vocal interessante e lembra muito o Death dos
primórdios do Human (1991). Destaque para os duetos de guitarra de Mylena e
Renata, sem tirar a grande presença de palco de Camila, que agitava e muito com
o seu baixo. A banda terminou sua apresentação em meia hora, deixando espaço
para a banda estadunidense se apresentar, o Exodus. A banda que lançou o bem
sucedido Blood In, Blood Out (2014) há dois anos, retorna aos palcos de São
Paulo num espaço curto de tempo, demonstrando ter ainda muita força para atrair
público – a diversão é garantida para aqueles que curtem as rodas de mosh
imensas que se formam durante as músicas. As luzes se apagam e a introdução já
assinala que a noite mais uma vez será violenta com as primeiras notas de Black
13, do álbum Blood In, Blood Out (2014) emendando com Blood In Blood Out, do
mesmo álbum. Já percebia-se que a ausência de Gary Holt faria diferença, mas
não tiraria o brilho da apresentação do Exodus, pois trouxeram Kragen Lum
(guitarrista do Heathen) no lugar dele. Um guitarrista tão bom, que fez os fãs
agitarem com ele como se Gary Holt estivesse ali, em cima do palco! Agora são
dois integrantes do Heathen no Exodus, já que Lee Altus também é guitarrista do
Heathen. Enquanto baterista da formação clássica da banda Tom Hunting, destruía na bateria, Steve “Zetro” Souza fazia o
que faz melhor, era um showman e um grande vocal. Seguindo o set com o clássico
And There Were None, do álbum Bonded By Blood, a banda conseguiu formar a
primeira roda da noite, justificando todos os elogios aqui aplicados á banda
até agora. Jack Gibson caprichou na velocidade de seu baixo com a grandiosa
Deranged do álbum Pleasures of the Flesh (1987), um dos grandes petardos do
Thrash dos anos 80. Zetro diz que da última vez não tocaram nada do álbum novo
e que desta vez tocariam algumas, como a Body Harvest – na minha opinião, um
clássico imediato. Óbvio que o tornado Humano no centro da pista da casa de
shows, não parava de rodar em nenhum minuto. Impressionante. Mas a coisa só
pioraria com a introdução de Metal Command do clássico Bonded By Blood (1985) –
era tênis para um lado, copos e garrafinhas de plástico voando, uma
loucura. A banda fez a loucura de
emendar com Piranha, também do álbum Bonded By Blood (1985) – que mostrou de
fato que Kragen Lum merecia representar Gary Holt naquele palco.
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Steve Zetro Souza: Exodus |
Zetro emendou com A Lesson In Violence, do clássico Bonded By Blood (1985) depois de declarar
amor á São Paulo, citando que até há paulistas no staff da banda, como o tour
manager e o responsável pela mesa de som. Depois Zetro anuncia uma música que
raramente é tocada pela banda ao vivo, a poderosa Impaler, que pode ser
encontrada no álbum Another Lesson In Violence (1996). Mas, um dos grandes destaques
da noite, no entanto, ficou para o clássico instantâneo Blacklist, do álbum
Tempo of the Damned (2004). Mas a banda ainda não estava satisfeita e emendou com Bonded By Blood do álbum homônimo – mas a noite ainda não tinha acabado para este quinteto americano. The Toxic Waltz, do álbum Fabulous Disaster (1989)
foi anunciada por Zetro com mais dedicatórias de amor á São Paulo, dizendo que ama mostrar para amigos as grandes rodas que costumam ser feitos em seus shows na terra da garoa. O público
reagiu com uma das maiores rodas, de dar orgulho á thrashers/moshers ao redor
do Mundo. Após retirar feridos era a vez da despedida com Strike of the Beast
do Bonded By Blood (1985) terminando assim mais uma lição em violência. Se
todos os shows forem ao menos tão bons quanto o Exodus este ano, não teremos
um show fraco o ano inteiro. Bravo! [MF]
Fotos :
Ronaldo Chavenco
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