sexta-feira, outubro 09, 2015

O Mestre da Flauta Transversal e sua Ópera Rock

Ian Anderson trouxe Jethro Tull repaginado para Ópera Rock no Teatro Bradesco


O mentor da banda de rock progressivo Jethro Tull, Ian Anderson, retorna ao Brasil, para promover seu mais novo desafio, uma Ópera Rock chamada Jethro Tull. Ian Anderson quis com este novo tento celebrar a vida e tempos de um agrônomo e inventor inglês fictício chamado Jethro Tull e foi ilustrada com as músicas mais conhecidas de Anderson e do repertório da banda Jethro Tull. A banda que acompanhou Ian desta vez no luxuoso Teatro Bradesco, dentro do Shopping Bourbon em São Paulo, foi David Goodier (baixo), John O’Hara (teclados), Florian Opahle (guitarra) e Scott Hammond (bateria), contando com cantores virtuais que apareciam para cantar trechos de músicas em alguns momentos no telão. Para ilustrar toda esta história, Ian Anderson se utilizou de filmagens feitas em fazendas, cidades européias e laboratórios – sem contar com interessantes momentos em que a realidade se encontrava com a música com recortes de noticiários de TV. A banda logo inicia seu show com um grande clássico, a poderosa Heavy Horses, retirada do álbum com mesmo nome de 1978. Com a nova roupagem, Anderson quis atualizar sua música utilizando cantores incríveis que retratavam camponeses no telão de fundo. Já na primeira música, percebia-se que o evento era totalmente diferente do que a maioria havia imaginado. Logo o público era surpreendido com  Wind-Up e o estrondoso clássico Aqualung ambas do poderoso clássico álbum Aqualung (1971) que fez a maioria dos fãs se emocionarem muito com a nova versão – mais curta que a original, retratando no telão a sociedade em qual o personagem se encontra. Com Ian trocando momentos de voz com o cantor no telão, a música fluía como magia.
Sua flauta transversal não a havia perdido. Mas o interessante da noite ainda não havia começado, pois Anderson havia guardado pérolas como With You There to Help Me do álbum Benefit (1970), Back to the Family do álbum Stand Up (1969) e Farm on the Freeway do álbum Crest of a Knave (1987), todas reformuladas para a surpresa dos fãs e contando com interpretações incríveis de seus competentes músicos, com destaque para Florian Ophale, que com maestria executava seus solos com muita competência. O flautista seguiu seu set com Prosperous Pasture, Fruits of Frankenfield e a clássica Songs from the Wood, do álbum com mesmo nome de 1977. Em Fruits of Frankenfield, referência ao Frankenstein da Mary Shelley, onde Ian fala de clonagem e engenharia genética. Houve também mudança na letra de Songs form the Wood, ("Let me bring you songs from the wood / to make you feel much better than you could know") virou "Let me bring you songs from the wood / poppies red and roses filled with summer rain".A banda deixa o palco para um intervalo de quinze minutos com um Ian Anderson deixando a mensagem no telão. A banda retorna pontualmente e retoma o show com And the World Feeds Me, logo emendando mais um clássico com Living in the Past, levando os fãs à loucura. A banda segue seu set com Jack-In-The-Green do álbum Songs from the Wood e The Witch’s Promise do álbum Living in the Past, que trazia Ian Anderson mais jovem no telão tocando sua flauta transversal no fundo do palco. Weathercock, traz Ian com sua charmosa ukelele e interpreta uma das músicas mais emblemáticas do álbum Heavy Horses. Uma nova música veio logo depois, com Stick, Twist, Bust com destaque para a interpretação do tecladista John O’Hara.
Cheap Day Return veio logo depois para representar mais uma vez o clássico Aqualung junto a A New Day Yesterday do álbum Stand Up (1969) que marca a banda deixando o palco para entrar novamente logo depois par ao bis a nova The Turnstile Gate e a clássica Locomotive Breath do álbum Aqualung – mais uma vez com Ian Anderson demonstrando toda a sua competência com a flauta transversal. A banda deixa o palco para retornar para um segundo bis com Requiem and Fugue que na verdade são duas músicas combinadas de Ministrel in the Gallery (1975) e Fugue de Johann Sebastian Bach. Assim a banda encerrou seu grande show. Um grande espetáculo que provou mais uma vez que os grandes clássicos podem ser sim re-adaptados e mesmo assim ainda continuam sendo grandes e eternos.

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