Deftones, que abriu o show do System of a Down,
trouxe setlist repleto de clássicos.
A banda
Deftones é uma banda coringa no Mundo da música. Já aceitei isto há muito
tempo. Abrindo para o System of a Down em São Paulo, numa Arena Anhembi lotada,
Chino Moreno, Stephen Carpenter, Frank Delgado, Sergio Veja e Abe Cunningham
sobem ao palco para mostrar mais de sua música intensa e cheia de erupções
emocionais compostas quase por completo pelo multi-instrumentista Chino Moreno,
regente da orquestra emocional. Sem lançar álbum desde 2012, a banda passou
pelos álbuns que mais venderam em suas carreiras. Around
the Fur (1997), White Pony (2000), Diamond Eyes (2010) e o ótimo Koi No Yokan
(2012). Estes
álbuns são muito diferentes e muito dependentes de fase em qual o Deftones se
encontrava - navegando entre composições de nu-metal, hardcore e alternativo. Destaques
ficaram para a fantástica Headup do fatídico álbum Around the Fur – que em sua
versão de estúdio tem como convidado Max Cavalera nos vocais e Passanger do
clássico White Pony (2000) que também tem em sua versão de estúdio como
convidado o multi-facetado Maynard James Keenan do Tool e A Perfect Circle. Com
chuva e muita animação do público para dissipar a água que caía sem parar, a
banda se despediu para dar lugar a banda da noite, o System of a Down. Com
apenas cinco álbuns no mercado, o SOAD demonstra que a união de Serj Tankian,
Daron Malakian, Shavo Odadjian e John Dolmayan, nunca deveria ter sido
interrompida. Tendo o Hypnotize (2005) como último lançamento, a banda subiu ao
palco ás 23:30 da noite para esbanjar com sorrisos dos integrantes com a grande
receptividade que suas músicas ainda possuem. Acho também muito difícil não
agitar aos clássicos inegáveis que abriram o show como foram o caso de
I-E-A-I-A-I-O, Suite-Pee, Attack e Prison Song – uma deixa para rodas começarem
a abrir mesmo como a insistência de São Pedro em querer estragar a noite de
pogo com sua chuva insistente. A banda também lembrou do álbum mais vendido de
suas carreiras, o Toxicity – com Aerials, o público cantou com todo fôlego que
ali podia se concebido. Foi simplesmente incrível testemunhar a grande festa
que o público fazia a cada música que Tankian e sua trupe entoavam. Outro
momento incrível foi o público pedindo ATWA e Shavo correspondendo
imediatamente. “Esta é para vocês São Paulo” dizia o comunicativo Shavo e suas cinco
cordas. ATWA, que na verdade significa “Air, Trees, Water, Animals” foi um
termo utilizado por Charles Manson no início dos anos 70 e representa o sistema
de suporte de vida do planeta Terra e foi utilizado por Charles Manson para
denominar a força de vida e a oposição de tudo o que destrói o balanço
ecológico da Terra. Outro ponto alto do show foi a utilização de Physical,
clássico de Olivia Newton-John para introduzir Psycho – também do álbum
Toxicity. É claro que a banda não esqueceu Mezmerize (2005) e Hypnotize (2005),
álbuns que apesar de lançados no mesmo ano, são diferentes entre si. Cigaro e
Vicinity of Obscenity são as que foram ovacionadas pela platéia logo depois. A
banda terminou seu set com a fenomenal Toxicity e a tão aguardada Sugar, esta última
teve seu vídeo na TV até pouco divulgado pois trazia violência pública,
enforcamentos do Holocausto, exércitos e testes nucleares do filme alemão
Metropolis de Fritz Lang – uma dica deste repórter, assista se puder pois é um
dos expressionistas mais incríveis que já assisti. Um show que para muitos que
estavam lá se sentiram aliviados de suas tensões. Memorável também para aqueles
que tiveram que esperar até ás 4:40 da matina para o retorno operacional dos
metrôs. [MF]
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