terça-feira, março 07, 2006

Resenha do show Ashtar & The Gathering no Via Funchal

Com uma iniciativa bastante ousada da empresa Paradigma, os holandeses pisam pela primeira vez em território brasileiro. Para complementar esta apresentação inédita, a banda carioca Ashtar foi convidada para aquecer o público paulistano. Bastante conhecida lá fora pelas turnês já feitas pela Inglaterra, Suíça, Holanda e outros países afora, o Ashtar recebeu a difícil tarefa de satisfazer o também exigente público aqui no Brasil divulgando o EP Soaring, lançado em Novembro do ano passado. A banda carioca subiu no palco eram umas 21:00 aproximadamente. A Intro seguida pela música Urantia despertou a minha atenção. A música era complexa e parecia sair do fundo do coração dos músicos. Era que nem estar hipnotizado. A banda seguiu tocando “Soaring”, “Oblivious Scars” seguida por uma música folclórica chamada de “Musical Priest”. O momento que me surpreende é a banda tocando uma cover para a banda Dead Can Dance com a música “Lotus Eaters”. A banda continuou com sua inspiração celta mandando mais uma música desta cultura - “Gravel Walk”. Outro surpreendente momento foi quando a banda fez praticamente um tributo a banda inglesa Anathema, tocando as faixas “Shroud of False” emendada logo pela fantástica “Fragile Dreams” do álbum Alternative 4, que ficaram muito boas e muito bem ritmadas. Os cariocas finalizaram seu repertório tocando ainda “In Lament Cries the Night” e “Day Dreaming Past”. O Ashtar demonstrou possuir bons músicos e está caminhando na direção certa com o seu inovador celtic progressive rock. O The Gathering não demorou a subir no palco e quando a banda finalmente sobe para fazer o seu show, o público entra em delírio já que o grupo começa logo com um de seus grandes sucessos, a faixa “Liberty Bell” do álbum How to Mesure a Planet?. O enorme carisma da vocalista Anneke von Giersbergen encantava a todos presentes no local. Era algo hipnotizante. O tratamento continuava com a “Even Spirits Are Afraid” do álbum Souvenirs. A banda emendou logo uma faixa de seu álbum novo Home, a ser lançado ainda em Abril, chamada “In Between”. A banda continuou seu extenso set-list tocando “In Motion #2”, “Analog Park” e “Saturmine” ambas do álbum If Then Else, “Probably Built in the Fifties” do album How to Measure a Planet?. Um momento bem interessante foi quando Anneke tentou agitar o público cantarolando Aquarela do Brasil, achando que o público iria cantar junto. O público não sabia a letra, mas recebeu a homenagem com muitos aplausos. Muito bem afinados e sempre precisos a banda continuava seu set-list tocando “Broken Glass” do álbum Souvenirs e duas do álbum Mandylion “In Motion #1” e “Eléanor”. Impressionava o grande talento dos irmãos Rutten ao vivo. Mais uma música do álbum Home foi interpretada pelos holandeses chamada “A Noise Severe” - uma música que não foge daquilo que fizeram em Souvenirs. Parece-me, no entanto que o álbum, quando ouvimos as duas faixas tocadas ao vivo, soará um pouco mais pesado. A banda continou tocando “Souvenirs” do álbum Souvenirs e “Travel” do álbum How to Measure a Planet?. Aliás, Frank Boeijen é simplesmente fenomenal quando o assunto é teclado. Nunca vi tanta precisão com músicas tão complicadas. A banda acaba deixando o palco, mas o público sabia muito bem que havia um pouco mais reservado para o final. A banda acaba voltando para tocar On Most Surface do álbum Nighttime Birds onde a Marjolein Kooijman deixou seu baixo de lado e pegou a guitarra de Anneke para acompanhar a banda. Foi um momento bem interessante, já que não se vê muitas músicas sendo tocadas sem um baixo. A banda ainda tocou “Strange Machines” do álbum Mandylion e a inusitada e longa “Black Light District” do EP Black Light District que parecia mais uma revival do que o Sonic Youth fez aqui no Brasil no ano passado. O The Gathering afinal se despediu do Brasil com um show simplesmente fantástico confirmando sua boa reputação de fazer shows inesquecíveis, simples, mas bem feitos. Espero apenas que não seja esta a última apresentação deles por aqui.

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