sexta-feira, março 03, 2006

Ancestral Malediction & Deicide no Hangar 110

Vindos do interior de São Paulo, Tremembé para ser mais específico, o Ancestral Malediction, que lançou seu segundo álbum Huge Blackness pelo selo nacional Mutilation Records no ano passado, se atrasou bastante para começar o show. Provavelmente por causa do trânsito bastante agitado de São Paulo em plena quinta-feira. A banda começou seu show na correria ás 21:00. Formado por Eduardo Claro (baixo/vocal), Ronaldo William (bateria/vocal) Emerson Ferreira (guitarra) a banda demonstrou um brutal death metal competente com ênfase no ultimo álbum lançado. Destroying the Fanatic’s Empire e Chaotic Dominium foram algumas músicas tocadas no show como também uma cover de Sarcófago, The Black Vomit (inclusive presente no álbum Huge Blackness) que fez o público abrir um grande mosh. Com dois álbuns em sua discografia (o primeiro se chama Demonic Holocaut) a banda parece ter adquirido uma maturidade musical e fez uma bela apresentação mesmo com o atraso.

O Deicide, formado em 1987 por Glen Benton, foi sempre uma banda que viveu (e ainda vive) de suas grandes polêmicas. Em sua primeira turnê, em 1992, a banda sofreu criticas por fazer sacrifícios de animais em cima do palco. Em Estocolmo, na Suécia, o show foi cancelado após quatro músicas quando uma bomba foi descoberta dentro do local onde acontecia o show. O baixista ajudava dizendo que ao atingir a idade de 33 (idade de Jesus Cristo) se mataria num palco na frente de todo mundo, promessa que nunca foi cumprida. Sem contar as inúmeras gafes, onde a última foi Glen Benton se apresentando bêbado, tocando tudo errado e sem saber as letras de suas próprias músicas.

Após uma meia-hora de intervalo, a banda vinda da Flórida, EUA, sobe ao palco sendo ela ovacionada desesperadamente pelo público. Há tempo que não via fãs tão loucos como neste show. Moshs eram criados de forma bem violenta, com pontapés e socos. Após três músicas, os fãs não se cansavam e Glen, bastante feliz, fala no microfone que estava extremamente feliz por finalmente estar no Brasil. A banda começou com marteladas como When Heaven Burns do álbum Scars of the Crucifix, Serpents of the Light do album Serpents of the Light e muitas músicas de sua grande obra de arte Once Upon a Cross, onde tocaram They are the Children of the Underworld, When Satan Rules His World, Trick or Betrayed e Behind the Light Thou Shall Rise. Tocaram músicas de seus primeiros álbuns como as fantásticas Dead But Dreaming e Repent do Die do álbum Legion e Sacrificial Suicide e Dead by Dawn do álbum Deicide, o primeiro da banda. Músicas que também ninguém esperava foram tocadas como Let It be Done do álbum de 2001, o In Torment, In Hell. A banda parou por quinze minutos para tomar um ar, e logo voltou para tocar as últimas duas músicas que já foram citadas acima. O fim do show foi meio que diferente, já que o único que ficou no palco foi o baterista. O restante dos músicos simplesmente sumiram. Mas enfim, um som alto e forte no Hangar 110, que não desapontou nenhum dos fãs que foi ao show no meio da semana. Os riffs certeiros e a fantástica performance do baterista, foram coisas que realmente fizeram toda esta espera valer a pena. Um ótimo show, o que se espera de uma das melhores e mais polêmica banda de death metal da atualidade.

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