sexta-feira, dezembro 11, 2015

Coletiva de Imprensa David Gilmour

Antes dos shows que ocorrerão no Brasil e na América do Sul, David deu uma coletiva de imprensa, falando sobre o álbum novo Rattle That Lock e sua relação com Roger Waters.


David Gilmour, ex-guitarrista e vocalista da banda inglesa Pink Floyd, está no Brasil para uma série de apresentações. A primeira delas será nesta sexta-feira, 11, no Allianz Parque, em São Paulo, e a segunda no dia 12, sábado, no mesmo local. O restante dos shows no Brasil são Curitiba (14, Pedreira Paulo Leminski) e Porto Alegre (16 na Arena do Grêmio). O músico de 69 anos participou de uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 10, ao lado do palco em que ocorrerão os shows em São Paulo.
Com bom humor, educação, mas bem ligado nas perguntas, Gilmour respondeu que não tem ainda opinião formada sobre o Brasil. Disse ele, que só conhece o que viu dentro da van – despertando risadas nos jornalistas presentes. “Eu desembarquei, passei rápido pelo hotel e vim para cá falar com vocês” – disse. Mas, óbviamente, disse que a primeira vez em um país é sempre estimulante, principalmente no Brasil. David disse que sempre quis vir ao Brasil e por sorte desta vez deu tudo certo e está aqui em um bom momento, disse o inglês com um sorriso no rosto. “Ainda estou vivo e minha vida é esta, tocar”, completou. David disse ainda que não tem nada de diferente ou especial preparado para o público brasileiro. Complementou garantindo,  no entanto, que o show por si próprio será algo bem especial.

Confessou para os jornalistas presentes não conhecer quase nada da música ou da cultura brasileira, mas também aliviou que agora tem uma conexão com o nosso país – o novo saxofonista dele, João de Macedo Mello, de 20 anos, que também estava na coletiva, nasceu no Paraná. Quanto ao setlist do show, será uma mistura de material solo, dando ênfase as faixas do Rattle That Lock, seu álbum solo mais recente, e algumas clássicas do Pink Floyd. Disse ainda que homenageará o cultuado Syd Barrett, primeiro guitarrista da banda, com a viajante e espacial “Astronomy Domine”. Gilmour no obstante garante que é difícil montar um repertório que agrade todo o mundo. “Eu tenho que ficar satisfeito com o que toco no palco, assim como o público, é claro”, diz ele. “Mas é muito material, muita coisa. É natural que algumas coisas fiquem de fora”, explica.
Também estavam na coletiva o guitarrista Phil Manzanera (ex-Roxy Music e produtor dos álbuns desde On an Island, de Gilmour) e Polly Samsom, esposa de Gilmour, escritora, letrista e jornalista do The Observer, resposnável pelas letras de The Division Bell (1994), do Pink Floyd, como também  auxilia nos projetos solos do marido. “Eu e a Polly colaboramos há mais de 20 anos. É uma satisfação trabalhar com Polly. Ela me ajuda de muitas formas. Polly também está no Brasil para divulgar o livro Um Ato de Bondade (The Kindness em inglês), que está saindo pela editora Record. O legal que David Gilmore pronunciou o nome do livro em português, levando todos na sala a se surprender com tal ousadia.
Sobre as comparações de seu álbum “Rattle that Lock” lançado este ano com o álbum mais pop de sua carreira, o ótimo “About Face” (1984), David disse que Phil somente juntou músicas que ele compôs e as produziu e que não era intenção de Phil, muito menos de David, fazer deste álbum novo, um álbum de fácil audição e sim, um álbum que retrata seu momento pessoal na vida. Como todos já devem saber, o Pink Floyd nunca mais retornará, apesar de Gilmour e o baixista Roger Waters não se odeiam mais tanto como nos anos 1980 e 1990. O guitarrista recorda que a última vez que os integrantes do Pink Floyd tocaram juntos, em uma ocasião especial no Live 8 em 2005, houve tensão e recordações indesejadas. “Aquela foi uma causa beneficente importante e não podemos falar não para os organizadores”, ele recordou. “Mas teve momentos de tensão e discussão. Eu pensava: ‘por qual motivo ainda estou ao lado dessa gente?’ E quanto ao Roger, eu tive que lembrá-lo que ele era apenas um convidado naquela ocasião. Ele interferiu, quis mexer no repertório, mas a minha palavra prevaleceu” -disse. Sobre seu aparecimento surpresa dele e do ex-baterista Nick Mason em um show de Waters no O2, em Londres, em 2011, Gilmour lembra: “Bem, aquilo começou como piada”, disse o guitarrista. “Nós iríamos cantar, só de brincadeira, ‘To Know Him is To Love Him’, dos Teddy Bears, ex-grupo do Phil Spector. Fazíamos essa nos ensaios do Pink Floyd. Mas resolvemos no final fazer 'Comfortably Numb', de The Wall. E deu certo”.

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